segunda-feira, 29 de outubro de 2007

E não é que funciona?

Comentário rápido pós sessão dupla de análise: esse bendito rímel é a prova d'água mesmo.

Bafo na nuca


Depois do leitão vesgo, da galinha morta e do cu da cobra, é hora de ilustrar mais uma boa expressão que resume tudo: é o bafo na nuca.
Como a nuca em questão é a minha pobre nuquinha de mestranda em fim de curso, não deu tempo de fazer um monstrinho bafento, e apelei pro Cookie Monster do Jim Henson / Vila Sésamo mesmo.

Nota Zero

A imprensa tem me dado seguidas noções de semnoçãozice. A Veja, por exemplo, quando acho que chegou ao fundo do poço, me brinda com aquela "reportagem" sobre o Che Guevara - reportagem entre aspas, pra não ofender os jornalistas que fazem reportagens de fato. Eu já estava por aqui com a revista há horas, mas com essa eles conseguiram provar que tudo sempre pode ser pior e mais tendencioso.
E a minha lista de comentários azedos poderia ser longa, longuíssima, não fosse o bafão na nuca da dissetação.
Então o post vai se ater ao mais recente caso de coisas tristemente hilárias da imprensa. Meu desgosto do momento é com a Zero Hora de hoje, segunda-feira, 29 de outubro de 2007.
Pela terceira vez a Zero Hora traz uma notícia sobre as gravações do Casseta e Planeta no estado. Na semana passada, foram duas matérias, e hoje é uma nota na página 3. É a completa perda de noção do que é relevante. É de um provincianismo abissal. Dá pra ter uma idéia do perfil que o jornal imagina pro seu leitor, inclusive pra mim. Socorro! Passa aqui um link pro Observatório da Imprensa , pro CMI ou mesmo pra Folha, pra ver se meu mal-estar passa.
E aí, pra completar, ainda tem, na seção de Economia (!) da ZH de hoje uma matéria sobre um arquiteto que visitou a mostra Casa e Cia. e tem trabalhos expostos ali. Pra que isso na seção de Economia? E mais: pra que isso???
E era isso porque tenho que dissertar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Achei, achei, achei

Depois de dias e dias em busca do colchonete perdido , não é que eu acho o troço?
E o sumiço do dito cujo não tinha nenhuma relação com a biologia - não tava debaixo do cu da cobra, como sugeriu a venuss, e nem tinha virado lesma pra se arrastar pra casa dum vizinho como disse Sean.
Na verdade, quem deu a melhor pista foi o Enio, que falou nos lugares óbvios.
Pois o colchonete estava num lugar ululante de tão óbvio. Tava no fundo de um armário grande (que o corretor que nos vendeu a casa, num arroubio de otimismo, chamou de closet).
Agora acabaram as desculpas pra não fazer abdominais, que pena!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Tropa de Elite, linguajar nem tanto

Eu achava que falava muito palavrão. Mas fui ver Tropa de Elite e vi minhas merdas, bostas e putaqueparius não são nada perto da forma como os caras do BOPE falam uns com os outros.

E o filme é muito bom, independente da gente achar certo, errado ou muito antes pelo contrário aquilo tudo. O filme vale o ingresso. Montagem perfeita, ótimo roteiro, mais uma boa razão pra achar o Wagner Moura um baita ator, e uma reafirmação da estética da favela - que parece estar virando uma das marcas da produção audiovisual brasileira dos últimos anos. Se não dá pra acabar com a favela, que pelo menos ela seja mostrada, escancarada, percorrida por lentes e zooms, assumida mesmo.

Mas pro meu post não terminar assim tão papo-cabeça, aproveito pra deixar aqui uma dica pra produtora daqueles vídeos XXX, a Brasileirinhas: que tal uma versão pornô sado-masô do filme, intitulada Trepa de Elite? Hein? Hein? Hein???

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Procura-se

Procurado

Vivo ou morto, dobrado ou estendido.
COLCHONETE
Tamanho 50cm x 80cm.
Consistência mais ou menos macia.
Negro.
Parecido com o da imagem anexa.

CUIDADO:
À aproximação de um estranho, ele pode tentar enrolar!
Procuro desesperadamente e desde ontem um colchonete. Não um qualquer, o nosso colchonete aqui de casa. Guardei a coisa em algum momento do longo e tenebroso inverno que passou, e agora, com a chegada da primavera e da necessidade de fazer uns abdominaizinhos, não encontro de jeito maneira. O mais incrível é que um colchonete não é pequeno nem difícil de localizar e minha casa não é exatamente uma mansão. Onde, raios, eu fui meter o bendito colchonete? (Não, não, por favor, não responda, eu sei o que você ia dizer agora).

Presente de aniversário

Ontem, duas semanas depois de completar 28, encontro o primeiro cabelo branco que eu me recuso a chamar de meu.

sábado, 20 de outubro de 2007

O outro sempre tem algo a dizer

O Outro sabe de tudo.
O Outro entende.
O Outro interpreta.
O Outro fala e tá falado.
Todo mundo já ouviu falar d'O Outro. O Outro é o autor mais citado do planeta.
Quem já não ouviu alguém um dia dizer "é como diz O Outro: blablabla blabla bla blablabla"?
Se você não souber o que dizer sobre qualquer coisa, recorra aO Outro. O Outro sempre tem algo a dizer.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eva e a cobra


Minha filha segue a tradição familiar de várias gerações e, como eu, tem o segundo nome Eva. (Ela vai me culpar muito por isso na adolescência, eu sei. Mas depois, lá pelos 30 e poucos, ela vai começar a achar o Eva interessante, um diferencial. Vai ver que isso pode virar assunto - inclusive com pretendentes a Adão -, vai perceber que o Eva serve pra brincadeiras quebra-gelo, e quem sabe um dia até vai ser útil como pseudônimo nem tão pseudo assim).

Mas vamos à cobra prometida no título do post.

Minha filhota-Eva tem uma cobra de pelúcia que normalmente se enrosca na borda da caminha dela. Ontem, uma das avós veio dormir aqui em casa pro casal de progenitores poder sair um pouco. E essa avó, minha sogra, tem PAVOR de cobra.

Sabedora do problema, a minha pequena Eva resolveu curar a avó fóbica usando uma técnica digna do Analista de Bagé: obrigou a pobre senhora a dormir bem abraçada na cobra de pelúcia.

Acho que meu marido e eu não vamos mais conseguir sair sozinhos tão cedo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O Banho

Depois de dois dias e meio sem tomar banho direito, hoje contribui potencialmente para o aquecimento global - meu banho valeu por três.
Enquanto a água quentinha caía nas minhas costas, fiquei pensando nas brigas da infância pra não tomar banho. Eu ao menos era mais esperta que o meu irmão: fechava a porta do banheiro, tirava a roupa, ligava o chuveiro e ficava do lado de fora do box, esperando o tempo do banho fantasma passar. Mas antes de sair enrolada na toalha, sempre molhava o sabonete pra não deixar rastros. Ele não.

Lotação esgotada

Levei o carro pra revisão. E mais uma vez tive a oportunidade de ver em ação minha total incompetência geográfica aliada ao meu subconsciente.
Saí da mecânica e cruzei a avenida, sabendo que havia duas linhas de lotação capazes de me levar de volta pra casa e pra minha dissertação.
Obviamente não peguei nenhum delas. Olhei algumas lotações passando, e vi inclusive, meio longe, uma das que eu devia pegar. Mas fiz sinal pra lotação que vinha na frente. O nome era estranho. Não lembro qual era, mas podia ser inclusive Timbuktu, Antofagasta ou Anta Gorda, porque não faria diferença. Quê, viagem pra Índia, vôos de balão pela Turquia ou caminhadas pelos deserto, que nada. A adrenalina tá aqui mesmo, numa lotação qualquer, pertinho de você. Deve ter sido mais ou menos isso que passou pela minha oca cabeça, porque não tem outra explicação pra eu ter entrado naquele microônibus. Ou tem, não sei, pra isso você vai ter que ler o post até o fim.
Olhei o itinerário. Depois de Padre Cacique, não tinha nenhum nome de rua familiar. Mas deixa o micro me levar, cantarolei. E fui indo, até que tudo começou a ficar estranho. Pedi pra descer. Eu tava em frente a uma vila. Do outro lado da rua, uma vila. Lá longe, vila. Pro outro lado, vila também. Uns táxis passaram, nenhum parou ao meu sinal.
Resolvi me jogar pra dentro da primeira lotação que passasse. Nada contra vilas a perder de vista, cruzadas por um córrego imundo e uns caras me olhando meio estranho com copos de pinga na mão antes das 9 e meia da manhã, mas era melhor ir pra casinha mesmo.
Uma lotação passou e - ufa - parou. Ela ia pra Tristeza, alegria, alegria. Fomos sacolejando pela ruas que o Fogaça não conserta, e todo mundo foi aos poucos descendo. Eu segui, pensando que talvez por alguma estranha razão quem sabe a lotação tivesse subitamente mudado o roteiro e passasse a passar perto da minha casa. Mas bem capaz. Chegou uma hora que o motorista perguntou:
- A senhora não vai descer?
Odeio quando me chamam de senhora. Mas deixei esse assunto pra outra hora e falei, com cara de quem sabe o que faz:
- Me deixa perto do Banrisul, por favor.
Agora eu tava ao menos num território conhecido. Tive que esperar mais um tempão, e aí finalmente passou uma das duas lotações que passam perto da minha casa. Uma das que eu devia ter pego na frente da mecânica.
As coisas que a gente não faz pra fugir da dura tarefa de escrever uma dissertação...

Só um botãozinho


Em algum lugar existe uma patroa. E, havendo uma patroa, há uma empregada doméstica.
Bem, essa empregada doméstica está, ao lado de alguns tipos de ouriço-do-mar, as minhocas e os cachorros Weimaraner, entre os seres mais limitados do planeta. Naquela cabecinha oca, Teco padece de solidão porque nem Tico por ali habita. E o lema da criatura seria oligofrenia pouca é bobagem, se ela soubesse o que é oligofrenia, e o que é bobagem.
Um dia estragou o aspirador de pó. E a patroa providenciou um novo, mais potente, pensando talvez na importância de dar boas ferramentas de trabalho à empregada, ou então pensando que se o conserto custa caro assim, melhor comprar outro, sei lá eu.
O aspirador novo & potente tinha um botãozinho apenas. Um. Unzinho.
Trabalhar com o aspirador significava apertar o botão pra ligar. E pra desligar, era só apertar de novo o mesmo botãozinho, até porque não tinha mais nada no aspirador pra ser premido.
Por via das dúvidas, a senhora essa que trabalha pra minha amiga foi orientada a nunca, mas nunca mesmo, apertar o tal botão com o pé. Vai que Teco não desse conta da tarefa e o pé, pesado demais, estragasse a nova aquisição doméstica.
Mas a faxineira nem precisou do pé pra estragar o aspirador. Usando um dedo só, no segundo dia de uso, ela detonou com o eletrodoméstico, dando continuidade a um longo histórico de intervenções desastradas na paz do lar da minha amiga. Se alguma empresa de eletros precisar contatar essa senhora, pra usar como testadora de eletros (sim, porque, passando incólume pelas mãos dela, deve passar por qualquer coisa), basta me contatar que agencio a contratação. Só não me perguntem porque minha amiga continua com essa empregada-destruidora-de-coisas-da-casa porque isso nem ela entende.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Ainda zumbis


O post abaixo me fez lembrar de uma cena ma-ra-vi-lho-sa do filme Zombie - O Despertar dos Mortos. Os zumbis-comedores-de-gente atacam uma ambulância e devoram toda equipe ocupante. A certa altura, uma voz no radio tenta contato com os que já não mais ali estavam:

- Hello, everything ok? Hello, hello!

Um zumbi antenadinho pega o rádio e responde:

- Send more paramedics.

Post-mortem

Numa reunião, define-se a data final para entrega de um trabalho. É o dead line. Logo depois, define-se a data final-final, o prazo fatal mesmo.
Seria esse o zombie line então?

Filezinho

Estava eu a esperar o marido pra almoçar num restaurantezinho.
Sem nada pra fazer exceto perder na paciência pro meu Palm Top, fico ouvindo os papos alheios.
Numa mesa próxima, um rapaz comenta:
- ...bá, filezinho, cara...
Fico toda feliz: hmmm, tem filé no buffet.
O moço acrescenta:
- ...18 aninhos, gostosinha!
Ele comeu, mas não foi no buffet daquele restaurante.

Banho tcheco?

Ontem fui fazer um exame no imunologista pra descobrir a causa de algumas alergias. Chego no tal médico, indicada pela dermatologista, e ele pergunta se eu já conheço o procedimento. Inocentemente digo que sim: o senhor vai colar uns adesivinhos nas minhas costas e eu volto na quinta feira pra tirá-los e ver o que aconteceu.
E ele: sim, isso. Mas tu sabe que não pode molhar?
Tô sabendo agora. E como faz pra tomar banho, coloca um plástico?
Não, não toma.


Alguém quer sair pra dançar amanhã à noite?

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Delicadas reticências

Fui ver "As Leis da Família", mas una hermosa pelicula argentina.
O filme é a antítese das apoteoses publicitárias. Nada de hipérboles. No lugar do exagero, delicadezas, reticências, parênteses que não se fecham, intenções que podem ou não se concretizar, suspeitas com ou sem fundamento, sonhos que se realizam mas também não acontecem.
Um filme delicado, dolorido e delicioso.
Alegre e triste como a vida.

Chora coração

Eu, em Rivera, escolhendo entre um ou outro rímel:
- Este és prova dágua, este no.
- E qual a diferença?
A vendedora bem séria:
- Con este puedes chorar a vontade. Con este no.

domingo, 14 de outubro de 2007

Quem fizer gol ganha

Meu marido gosta de futebol. Pior, torce pelo inter. E toda vez que eu faço algum comentário sobre o fato dele assistir a alguns jogos ele sempre retruca: mas só os do inter. Como todo bom torcedor, o kit tem que ser completo: jogo na TV, comentários pós jogo no rádio e a fatídica mesa redonda do domingo à noite. Essa é de doer. Eu até já me acostumei com o fato de que narrador/comentarista de futebol ganha a vida pronunciando obviedades do tipo "tá zero a zero, quem fizer gol ganha". Mas o que não entra na minha cabeça é como esses caras que comentam futebol conseguem ficar mais feios e chatos a cada semana que passa. Acabei de passar pela sala e o susto com o cabelinho Xororó de um me fez vir até aqui escrever isso. Até sugeri pro marido ligar pro programa pra fazer alguma mobilização, vaquinha ou algo do gênero pra entregar pro cara, porque só falta de dinheiro pode justificar um cabelo daqueles.

sábado, 13 de outubro de 2007

Família feliz

Hoje notei que definitivamente tô ficando velha. E gagá.
O maridão e eu levamos a filhota pra ver o Barney no teatro (fazer o quê se a minha cria ama o bicho?).
E quando o dinossauro dandão entrou em cena meus olhos se encheram de lágrimas.
Mas não conta pra ninguém, tá?

Pirulitos às pencas

Eu sei que a intenção é boa, que as pessoas só estão querendo ver um sorriso no rostinho da minha filha, que afinal de contas é só uma cosinha de nada e blablabla.
Também sei que sou rabugenta, pentelha, paranóica e tudo mais.
Mas nada disso faz com que eu deixe de ficar chateada, braba, irritada ou, se eu estiver em TPM, puta da cara com as balas, pirulitos e outras porcarias que dão pra minha filha a toda hora. Na loja, no restaurante, na padaria, na pracinha ainda vá lá.
Mas dão bala de goma e pirulito na escolinha.
Na natação.
No médico!!!!
E na semana da criança, então, a coisa ultrapassa qualquer limite razoável.
Ninguém me pergunta se pode.
Ninguém pensa que aquele monte de açúcar definitivamente não faz bem.
Ninguém lembra que é um poooorre negociar com a criança pra que pelo menos ela coma aquilo depois do jantar.
E ninguém lembra que, fora as porcarias óbvias, tem tantas coisas gostosas e saudáveis que se pode dar pra criança a título de agradinho. Aqueles doces naturebas de banana prensada. Uma balinha de algas. Um biscoito integral. Uma barrinha de cereais.
Eu não sou um exemplo de boa alimentação nem nada, adoro porcaria, também gosto de bala, como no McDonalds vezenquando e quase não sinto culpa. Mas não consigo ficar calma quando vejo minha filhota sendo alvo de homenagens sem-noção.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O ornitorrinco faz 5 anos

Coisa bem boa festejar qualquer coisa.
Hoje tivemos um café da manhã de celebração, comemorando os 5 anos do ornitorrinco roxo que habita o cesto de bichinhos de pelúcia da Mariana há 1 semana.
Teve guardanapos coloridos, bolo, vela, parabéns - o clássico e o gaudério.
Achei lindo.
Tomara que logo a Mariana queira festejar o aniversário do Pof (o dragão), do Joca (o coelho verde), do Lóli (o lóris), da Papinha (a boneca que chora), da Glisna (entidade que minha filha incorpora de vez em quando) e de tudo quanto é coisa fofa com que temos compartilhado a vida ultimamente.

Nunca pensei

Nunca pensei que eu um dia poderia gostar tanto de festinhas de criança.
Nunca pensei que eu iria fazer tanta questão de dar um presente numa data tão comercial como o Dia das Crianças.
Nunca pensei que passar pouco mais de 12h longe da minha filha pudesse dar tanta saudade.

Nossa Senhora Destrancadora

O texto não é meu. Recebi da minha amiga Karen, não sei quem escreveu. Mas, fora o excessos de pontos de exclamação, tem muito a ver comigo. Então aqui vai:


CUIDADO!
ENTIDADE RELIGIOSA PERIGOSA: EXU TRANCA TESE!!!!!!

Você está na reta final da sua tese, dissertação ou monografia??? Você sente que existe uma força misteriosa que tira seu ânimo? Faz seu orientador adoecer ou sumir do mapa inexplicavelmente? Seu computador quebra ou é roubado com todos os seus dados e análises?

Lamento ser o portador dessa má notícia, mas... VOCÊ TEM UM EXU TRANCA TESE NA SUA VIDA!!! Recorra a Nossa Senhora Destrancadora de Teses para exorcizar essa entidade que tantos problemas nos traz!!!

Novena para aqueles que foram vítimas de alguma das artimanhas do "Exu Tranca Tese", ou para aqueles que querem proteção contra essa entidade:

Nossa Sra. Destrancadora das Teses e Dissertações, em ti confiamos para a proteção contra o Exu Tranca Tese, nos proteja de: Queimação de pen drive; bibliografia em alemão; visita fora de hora; linha no word que não sobe com "del"; fotocopiadora quebrada. Dá-me: encontros com o orientador no corredor da Universidade e livro emprestado com data de devolução pra 2050. Ah, senhora, livra-me também das perguntas indiscretas, das dúvidas fora de hora, e das certezas idem. Ajuda-me a lembrar dos nomes dos autores e da pronúncia deles, assim como do modo como se faz notação de revistas. Nossa Senhora, livre-me de pensamentos acerca de minha tese durante meu sono. Que eu possa dormir o sono dos justos impunemente, sem que eu tenha que me levantar ou acender a luz para anotar insights invasivos que detonam minha mente quando preciso descansar para mais um dia de batalha! Que tais pensamentos venham na hora certa, quando me sento diante de meu PC e eu não me torne um zumbi.

Ó Senhora, desperta no meu orientador uma enorme vontade de ler minha tese. Que ele a leia com olhos vigilantes, para não deixar passar nenhuma monstruosidade, mas também com olhos piedosos, para me deixar ir enfrentar a banca. E que a banca, Senhora, me dê os apertos que achar necessários, mas que ao final assine a poderosa ata, redenção final dos meus inúmeros
pecados. Nossa Senhora, meu orientador insiste em dizer que a minha tese está, entre aspas, uma merda, mas eu sinto que a Senhora vai me dar um luz bem forte e lançar como de um passe de mágica, artigos que abram meu cérebro tão debilitado por tamanha pressão. Minha Santa querida, já que eu fiz esta escolha na minha vida e sinto na obrigação de terminar, me da forças para não matar um! AMÉM!!!!

Gremlins


O Luiz Garcia, professor da ESPM SP, tem uma boa metáfora pra atividade acadêmica:
As perguntas numa pesquisa parecem Gremlins. Qualquer coisinha, e elas multiplicam barbaramente.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mosca tonta


Minha cabeça é uma caixinha de supresas.

Por que será que desde os 14 anos não consigo esquecer que o nome científico da mosquinha da fruta é Drosophila melanogaster?

Você não é Gunga Din

Quem assistia aquele desenho chamado Máquinas Voadoras, em que o Dick Vigarista e o Mutley tentavam capturar o Pombo Doodle?
Eu assistia.
E ontem à noite por algum inexplicável motivo lembrei de uma frase do Dick Vigarista quando este xingava o cãozinho perdido em devaneios megalomaníacos, em um dos esquetes que sempre apareciam dentro da série e que tinham o nome de Mutley, o Magnífico.
Espumando de raiva, Dick Vigarista berrava nos ouvidos de um Mutley viajandão:
- Acorde, Mutley. Você não é Gunga Din, nem um rei que foi coroado.
E aí quando chega a hora de lembrar de algo útil, tipo o lugar em que deixei a chave de casa, o nome da pessoa que acaba de me cumprimentar efusivamente ou o dia do prazo pra entrega de um texto obviamente eu não lembro, porque minha memória tá toda ocupada com coisas como essa do Gunga Din

Nada, nada

Voltei a nadar.
Há quatro anos eu estava praticamente imóvel, sem me mexer, só cultivando o corpinho de academia acadêmica, branquinho, molinho de tanto ficar na frente do computador e cercado de livros de letrinha miúda.
Isso depois de ter nadado por anos, a ponto de ter sido obrigada a aposentar vários blazers (foi no tempo em que eu tinha que usar blazer) por causa dos ombros que aumentaram de tamanho. E depois de eu ter feito musculação quatro vezes por semana até o oitavo mês de gravidez sem precisar baixar a carga. Aí veio a filha, aí comecei a dar aulas, aí veio o mestrado. E aí entrei num estado de pause.
E confesso, só saí da letargia por causa da chatice alheia.
Foi assim: coloquei a filhota na natação por causa dos probleminhas pulmonares dela. E tinha (e segue tendo) lá na piscina um professor chato. Chato não, chatânico. Horrível. Pentelho. Que ficou pegando no meu pé, me dizendo pra nadar. E eu ali, tentando ler os livros do mestrado no bafão de cloro da piscina.
E eu voltei a nadar só pra não ficar ouvindo ele pegar no meu pé.
Não é uma razão bonita nem nobre nem nada. Mas nadar assim é melhor que nada.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Palavras ao fone

- Oi, e daí, como é que tu tá? - diz ele.
- Tô bem, fora uma dor de cabeça chata.
- Mas mulher é assim mesmo, ou tá com dor de cabeça ou tá reclamando de alguma coisa.

Berço

Minha filha tá quase do tamanho do berço.
Mas o que fica apertado mesmo é o meu coração, de ver como ela cresce depressa.

Coceira na mão e na língua

Papo rápido pós-viagem: ô gentinha que não güenta ficar nem 2 minutos longe do celular. Mal o avião toca no solo e dá pra ouvir os 'tirilim' dos celulares sendo ligados.

E, se a novidade que ouvi hoje de manhã na TV pegar, logo, logo esse povo vai ter uma grande desculpa pra toda essa "coceira de celular": um grupo de alemães desenvolveu uma tecnologia capaz de recarregar o celular com o calor das mãos. Então, mantenha seu filhote aquecido.

E ainda na carona do papo celular: ver pessoas atendendo o dito no meio de eventos, palestras já é lugar comum, agora ver a palestrante que acabou de falar no maior papo via cel no meio da fala de outra pessoa, isso é uó.

Não era o James Brown

Eu estava sozinha em casa por horas tentando escrever a dissertação. Lá pelas tantas - e graças a Deus - chegou a hora de pegar a Mariana na escolinha. Louca pra me desconcentrar um pouco das lides acadêmicas, me joguei dentro do carro, bati a porta e ia virar a chave.
E aí uma coisa preta peluda pulou em cima de mim emitindo sons selvagens.
Gritei, pulei, surtei total. Foi susto pra taquicardia, pra pedir os sais, pra se abanar com um leque por horas, com acontece com as tias de vestidos floriados das novelas de época da Globo.
Apesar do pavor-pânico absoluto, consegui perceber alguma coisa. Constatação número 1: O que havia pulado sobre mim era preto, peludo, barulhento e relativamente pequeno. Constatação número 2: não se tratava do James Brown ou do fantasma dele. Constatação número 3: a coisa não estava morrendo de amores pela minha pessoa.
E eu continuava dentro do carro, e a coisa preta e peluda corria também dentro do carro, pelas paredes, por toda parte, fazendo FSSSSTTTTT.
Depois de segundos que pareceram séculos, consegui ver o que era.
Era o gato preto que vive fazendo cocô no meu quintal e que tenta comer a Meg, minha gata (que depois da tosa tá pra lá de feia, mas depois de uns whiskas pelo jeito dá pra encarar, ao menos do ponto de vista do gato preto).
O tal monstro tarado e sem noções de higiene nem de estética estava dentro do meu carro. Comigo.
E estávamos ambos imensamente assustados.
Abri a porta do carro.
O bicho e eu nos jogamos pra fora juntos.
O gato se atirou contra a porta dos fundos da garagem, que dá pro pátio. Deu com a fuça no vidro. Aí ele subiu pela grade pantográfica da porta. Quando não tinha mais grade, ele começou a andar de lado pela grade, sempre fazendo FFFSSSST, com as orelhas bem pra trás, me mostrando todos os dentes e unhas.
Me vieram então mil idéias diabólicas, todas absolutamente condenáveis do ponto de vista das entidades que militam pelos direitos dos animais. Mas achei que seria menos trabalhoso deixar o gato sair.
Tentei expulsar o ser peludo com ajuda de uma vassoura. Claro que ele não saiu. Subiu as escadas correndo, e juntos fizemos uma maratona por toda casa, ele, eu e a vassoura. Todos com os olhos esbulgalhados e arfando - menos a vassoura, claro.
Depois finalmente o felino desceu novamente pra garagem, e aí, com tudo bem escancarado, ele conseguiu sair.
O pior é que, mesmo depois desse susto todo, tenho certeza que minha graminha vai seguir servindo de patente pro bichano, e a Meg vai continuar dando pro danado.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Dissurtando

Por causa da dissertação, estou condenada a assistir 24h de transmissão televisiva da Rede Globo.
Pensei que seria fácil, indolor e até eventualmente divertido.
Nunca na história desse mestrado alguém se enganou tanto.
Cara, é chato demais.
Como é que as pessoas conseguiam sobreviver sem controle remoto, lá pela era cenozóica, por aí?
Depois de horas em frente à TV, me sinto em outra dimensão. Parece que anos e anos se passaram, e eu fiquei aqui, presa no sofá com a TV ligada. Entrei em outro espaço-tempo. Fui abduzida. Isso aqui é videodrome. Laranja mecânica. SOCORRRRROOOOO.
E pra piorar tudo (sim, tudo sempre pode ser pior), nessas 24h de TV que gravei tinha um jogo de futebol. Com locução do Galvão Bueno.

domingo, 7 de outubro de 2007

Tira o ornitorrinco da boca

Ser mãe não é só uma experiência linda e maravilhosa. Ela também tem momentos de pura bizarrice. Uma boa parte do que uma mãe diz aos rebentos é absurda. Por exemplo estas, todas reais:
Não esfrega a banana na escova de cabelo, minha filha.
Bota peluda, cinco cachecóis e touca de lã não combinam com uma tarde ensolarada de janeiro, querida.
Não, a gatinha não vai gostar de ser colocada dentro da maletinha de brincar de médico.
Escovar o gato é muito legal, mas a escova de dentes da mamãe não serve pra isso.
Agora, o cocô vai se encontrar com os amigos lá na terra dos cocôs; tchau, cocô!
Minha filha, tira o ornitorrinco da boca senão ele fura.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Só no meu

Que legal, né? A governadora Yeda tá promovendo um amplo debate com a sociedade pra falar de como vai sanar o déficit nas contas do RS. Mas então estão debatendo o mais lógico, ou seja, o fim de alguns dos muitos incentivos fiscais pras grandes empresas, certo? Nananina-nina-não! Isso não vem ao caso, não está colocado nem pela Yeda, nem pela grande mídia gaúcha. O debate proposto é o seguinte: temos vááárias opções. São elas: aumenta o imposto e quem paga a conta é o contribuinte, ou aumenta o imposto e quem paga a conta é o contribuinte. Ah, tem ainda uma outra oção: aumenta o imposto e quem paga a conta é o contribuinte. O imposto, a conta e o pato: quem acaba pgando é sempre a gente.

Peidágios

Algo cheira muito, mas muito mal nessa história toda das concessões e renovações dos pedágios das rodovias por parte do governo estadual.

Porto Alegre não é Anta Gorda

Nos últimos meses sou bombardeada com campanhas publicitárias alardeando as sensacionais realizações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Bom, começa que eu nem sabia que tinha uma, de tão largada que está essa pobre cidade. Mas a Prefeitura anuncia: colocou vigilância em 4 (isso mesmo: quatro. Um, dois, três, quatro) parque e praças. Como se não bastasse, me informa em outra campanha que pintou 12 viadutos. Peloamordedeus, a gente não tá numa cidadezinha de algumas deznas de milhares de habitantes. Isso aqui é Porto Alegre. Guardinhas em 4 praças e uma tintinha em 12 viadutos? E os caras ainda fazem campanha publicitária pra divulgar? É deboche, né? Eu, você, todo mundo nessa cidade que tá cada vez mais feia, mais suja e mais cheia de malvados merecia tão mais que isso.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Dá licença, Baudrillard

Como adoro um apocalíptico irônico, pego emprestadas umas palavrinhas do Jean Baudrillard, do livro Tela Total:
"a carteira de motorista com pontos é uma excelente fórmula. Escandaloso é que só o comportamento ao dirigir automóveis tire proveito. Seria preciso expandir e criar a carteira existencial com pontos. Cada infração, delito ou conduta imoral determinaria a retirada de pontos da existência - o esgotamento dos pontos implicaria a retirada da permissão de existir. Assim as vias de existência ficariam menos engarrafadas, uma vez liberadas de todos os que não sabem se conduzir. Salvo reciclagem, sob a direção de especialistas em consiência, a interdição de viver seria de execução imediata. Bastaria incrustar na carteira com pontos, sob a forma de implante programado para liquidar o recalcitrante com uma síncope automática. Seria a plicação incondicional dos direitos do homem. E veríamos então com mais clareza na aplicação justa e inexorável da democracia."

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Watts mas Volts

Há muitos e muitos anos, numa galáxia nada distante (aqui em Porto Alegre mesmo). Éramos todos estagiários ou pós-estagiários. E o Axel / Eduardo Axelrud, hoje diretor de criação da Escala fez dois anúncios daqueles de produto e preço que entram pra antologia dos trocadilhos publicitários. Foi pra Manlec. Numa página, um monte de eletroeletrônicos em oferta com a chamada:
WATTS NA MANLEC.
Virando a página, mais ofertas de eletros, e o anúncio parte II, a missão:
VOLTS SEMPRE.

Eddie Smurf

Com vocês, Eddie Smurf!
Não tem mestrado capaz de passar a limpo meu passado de redaotora publicitária.
E redator publicitário adora um trocadilho infame.

O segundo menor conto de fadas do mundo

Era uma vez um príncipe e uma princesa, que expulsaram a bruxa má do reino e viveram felizes para sempre.