terça-feira, 28 de abril de 2009

Gramado Expedition 2009

Passeinho familiar em Gramado.
Tudo muito certinho.
Menos a Mariana, que saiu passeando pelas ruas usando uma lantenra de cabeça (daquelas de explorador de caverna), e obviamente a lanterna tinha que ficar acesa.
Além do enfeite luminoso de cabeça, ela levava e falava alto com um hipopótamo de pelúcia rosa (combinando com todo o resto da roupa dela, que era absolutamente rosa) de olhos de ressaca.
E carregava uma bolsa bordada cheia de pedras.
Pra que entrar em sites sobre bizarrices quando a gente tem uma filha de 5 anos?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ex-ecutiva

Vantagens de não ser executiva:
1 - poder não atender o celular na hora do almoço
2 - não precisar usar sapato de salto e bico fino na segunda-feira
3 - não ter que fingir que acha legal quando o patrão conta alguma coisa sobre sua mansão enorme, sua piscina do tamanho do Mar Mediterrâneo e seu carro imenso e potente pacas (seria bem melhor ele ir direto ao assunto e admitir logo que tem um problema com o tamanho, e assim a reunião poderia começar logo - e terminar bem antes)
4 - não precisar usar sapato de salto e bico fino na terça-feira
5 - não te olharem torto porque você não conhece a última meganovidade do marekting pós-moderno
6 - não precisar usar sapato de salto e bico fino na quarta feira
7 - ir ou não a algum lugar da moda movida unicamente pela vontade
8 - não precisar usar sapato de salto e bico fino na quinta-feira
9 - não ser obrigada a achar normal te chamarem de colaborador, associado, sócio, co-gestor ou outro apelido cafona, quando na verdade tu é trabalhador, empregado, funcionário, chão de fábrica, sim, e daí?
10 - não precisar usar sapato de salto e bico fino na sexta-feira
11 - ter família - e conviver um pouco com ela
12 - não precisar usar sapato de salto e bico fino no fim de semana, no churrasco da equipe na mansão do patrão, e não precisar ver os grandes espetos rotativos de titânio que emitem luzes ao ritmo da música
13 - poder colocar na internet um postzinho como esse de vez em quando.

One-ninty-nine again

1,99 são o que tinha antes do big bang em termos de semnoçãozice. Ou seja: é muita, mas muita coisa fora da casinha mesmo, num só lugar. Toneladas de imbecilidade, condensadíssima num único ínfimo ponto no espaço. Uma das coisas mais engraçadas que vi nessa última incursão ao mundo do menos de 2 real foi um brinquedo ultrasupersemnoção. A cartela era rosa e prateada, bem brilhante, très chic, e em letreiro elegante de letra cursiva mais cheia de voltas e arabescos que o convite de casamento da Lady Di, digna da mais Disney das princesas, estava ali, obviamente em francês, o nome: “Le Cuisine Chic”. E nesse invólucro tão refinado, estava o brinquedo em si, quebrando paradigmas, como se se espera de qualquer pessoa ou coisa que tenha despossuída desse elemento tão importante, que é a noção. O brinquedo daquela embalagem tão elegante consistia em um kit de mini-vassoura, mini-esfregão, mini-balde, mini-escovão e mini-pano de chão.

One-ninty-nine

Estava eu a percorrer o fascinante mundo dos 1,99 procurando mini-árvores pruma tarefa de escolinha da minha filhota.

Primeira constatação: 1,99 é propaganda enganosa, porque tudo custa mais que isso. As lojas se definirem como 1,99 é mais ou menos como um anão se chamar Apolo.

Segunda constatação: não existem mini-árvores em 1,99s. Nem em livrarias. Nem em papelarias. Nem em lojas de artigos para festas. Nem em qualquer lugar real ou virtual capaz de me entregar a porcaria em menos de 3 dias úteis.

Terceira constatação: o tempo passa mais rápido quando a gente tá num 1,99, e há três razões básicas pra isso. A primeira é que no meio daquela tralharama, a gente leva um tempão pra achar o que procura (e as moças que trabalham lá também). A segunda é que tem coisas tão hediondas ali que a gente fica olhando, olhando, olhando e não vê o tempo passar. E a terceira é que, bem do ladinho das coisas hediondas, tem vááárias coisas que poderiam estar - e efetivamente estão - em lojas mais bacaninhas, por preços mais altos, e aí a gente fica ali, comprando coisas que nem queria, mas que afinal custam mais em lojinhas menos bregas e aí a gente simplesmente precisa aproveitar.

Relativamente velha

Você definitivamente está ficando velha quando, ao invés de um “tu tá muito bem” ótimo, pleno, total, absoluto, começam a levar mais coisas em consideração e te dizem “tu tá ótima pra tua idade". Não bastasse a presbiopia e uma certa surdez, agora ainda tenho que lidar com essa relativização. Alguém conhece uma boa casa geriátrica aqui pela zona sul de Porto Alegre?

domingo, 19 de abril de 2009

Dai-me forças

Sábado é dia de acordar mais tarde, trabalhar um pouco menos, passear e encontrar o maior número de pessoas sem noção por turno. Foram duas, num intervalo de 3 horas.

Na academia:
Pessoa sai a correr pela fornalha de Porto Alegre às 11h da manhã e volta aos pingos pra alongar dentro da academia. Usa, antes de mim, o aparelho de alongamento para esticar as costinhas e deixa litros de suor no chão, no assento e no apoio das pernas. Sai assobiando sem carregar nenhuma toalha, só a cara de pau suada que deus lhe deu.

No almoço:
Pessoa na fila do buffet do restaurante nota que os pratos da pilha estão quentes, pois foram recém lavados.
Pessoa na fila do buffet do restaurante começa a enfiar a mão (dedos, palma e toda a sujeira da última vez que enfiou a mão lá sei eu onde) dentro de todos os pratos da pilha pra encontrar o menos quente. Encontra um que lhe agrade e sai feliz a buscar comida com a maior cara de fome que o horário lhe permite.

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Eva e eu, nas nossas discussões iniciais sobre montar um blog ou não, conversamos sobre a vontade de armar uma cruzada contra Os Sem Noção. Eles são muitos. E o pior é que continuam se reproduzindo. Já que não dá pra montar uma campanha de castração em massa, tava pensando em começar com um selinho 'sem noção do dia' pra grudar na testa de alguns.
Se bem que no cara suado o selo ia escorregar em 3 segundos.

Socializando

Mais uma da série "quis dividir".
Luis Fernando Verissimo, no caderno Donna de hj.

GLÓRIA
– Bem...
– Mmmm?
– Que barulho é esse?
– É o gerador para a cerca eletrificada, para os holofotes que iluminam o jardim em volta da casa e para o sistema de alarme.
– E esse outro barulho?
– São os cachorros, Glória.
– E esse?
– É o dos guardas fechando os portões de ferro do condomínio.
– Meu Deus, e esse?
– É o helicóptero que fica sobrevoando a área a noite inteira.
– Com tanto barulho, eu não vou conseguir dormir!
– Eu sei, Glória. Mas a única maneira da gente poder dormir descansados é não conseguir dormir.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Explicando os quadrinhos

Minha filha nem sabe ler ainda mas já adora as tirinhas de quadrinhos do jornal. Ou seja: quase todos os dias alguém precisa explicar pra criaturinha qual é a graça da coisa.

Na Zero Hora de hoje, por exemplo, o Frank dizia pro Ernest que nunca se sente tão aliviado como quando o noticiário da noite termina.

Então, primeiro, explico o que é noticiário (aqui em casa a gente assiste as desgraças do dia depois que ela vai dormir). Depois falo que no noticiário tem sempre muita notícia ruim, como coisas sobre terremotos e gente machucada. Finalmente, conto que o Frank prefere não ver as coisas ruins que acontecem no mundo.

E eis que a Mariana então rapidamente resolveu o problema do Frank, e também o meu e possivelmente o seu, querido leitor. "Então tem que ver o Discovery Kids, o Rá Tim Bum e o Canal Disney, que só passam coisas legais."

terça-feira, 14 de abril de 2009

Subindo no salto

Acho que tá na hora de eu me arrumar um pouco mais. Hoje a minha filha de 5 anos perguntou se eu usava salto. E depois perguntou se um dia, quem sabe, por favor, eu poderia talvez buscar ela na escolinha usando sapato alto.

Dia normal

A cachorra comeu uma pazinha de jardim (de metal). Depois a gata mais nova correu atrás da cachorra (detalhe: trata-se de uma pastora alemã), avançou na pobrezona e logo depois passou o rabo dentro do feijão que minha filha almoçava. Minha filha, por sua vez, depois de almoçar o outro feijão que servi pra ela, deixou cair uma bola de gude dentro do vaso cheio de cocô e tive que tirar, porque, pior que apalpar muitos coprólitos moles - antes que comentem minha falta de higiene, quero frisar que foi com as mãos protegidas por vários sacos plásticos - em busca da bolinha de gude seria um entupimento qualquer nos canos e cocôs se espraiando pela casa. Enfim, foi um dia normal de quem tem casa, filho e bicho. Mas mesmo assim termino o dia com medo de pensar como poderia ter sido se eu estivesse na TPM.

Traças de fé

As traças aqui em casa definitivamente devoraram (metaforicamente e certamente também de verdade) a Bíblia. Elas cresceram e se multiplicaram loucamente. Só hoje, atrás da CPU, tinha 17, e ontem o lugar estava imaculado.

Mundo das calçadas

Ontem fui pra aula a pé. Lá no campus em que tenho aula nas segundas, às 18h, é super difícil de encontrar vaga pra estacionar neste horário, então eu optava pelo ônibus.
Mas ontem, depois da overdose pascoalina, resolvi mexer o corpinho e caminhar os mesmos 45 minutos que eu demoraria pra chegar lá de busão.

Pra quem puder, recomendo a experiência: mochila nas costas, tênis no pé e atenção ao que se passa em volta.
Teve a mulher que pacientemente conversava com o cachorro preguiçoso que empacou durante o passeio 'se tu não andar, a gente vai ficar aqui até amanhã'. O pai levando a filha de 2 anos pra passear no carrinho com uma latinha de skol daquelas grandes na mão. No discurso do pai dava pra perceber que aquela era no mínimo a 3º latinha da hora. O motorista gentil que deixa a gente atravessar a rua numa boa (que normalmente é homem). O motoqueiro FDP que acelera a moto com o sinal fechado só pra assustar as pessoas que estão atravessando na faixa.

Enfim, uma experiência pra ser repetida, eu só não precisava ter encarado 7 lances de escada pra chegar na sala de aula. O ônibus não fez falta, mas um elevador ainda faz muita diferença.

Cobrindo as partes

Acho super engraçado quando vejo uma camiseta que fez parte de uma super bem bolada campanha promocional de alguma agência de propaganda pra algum cliente endinheirado ir parar no corpo de um maloqueiro ou 'mindingo'.

E elas invariavelmente sempre têm esse destino.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

As time goes by

Sinal dos tempos.
Quando a gente era guri (no meu caso, guria), esperava os pais irem dormir pra poder tomar cerveja ou até - suprema ousadia - o whisky do pai, e fumar escondido bem perto da janela do banheiro.
Cena de folhinhas de calendário sendo arrancadas pelo vento. Leia-se tempo passando. Quando a gente tem filho, espera o pimpolho ir dormir e faz outras coisas perigosas pra saúde, tipo tomar refrigerante e comer o chocolate.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

De ovos e coelhos

O ovo de chocolate, que antes era o centro das atenções pascoais, e tinha valor simplesmente por ser ovo e de chocolate, virou outra coisa. Virou embalagem pra brinquedinhos, bichinhos, joguinhos, carrinhos, brilho labial e até toalhinha de rosto. E se metamorfoseou em bola, cubo, coração e sei lá eu mais que formas.

O coelho de chocolate está praticamente extinto, anda mais raro que mico leão dourado. Sobraram uns poucos, escondidos pelas gôndoloas, esperando pra serem incluídos na lista de animais ameaçados.

O ninho, que era um, se multiplicou loucamente e agora todo mundo ganha ninhos em toda parte, e o total de calorias ingeridas na semana da Páscoa daria pra alimentar uma famélica família africana por 24 meses.

A Páscoa definitivamente não é mais a mesma.

Eu prefiria a de antigamente, com um ninho só, arduamente batalhado depois de longas expedições pelo quintal. Eu amava aquela cestinha (que era sempre a mesma, entra ano, sai ano) que no fim da manhã ficava cheia de minicoelhos, ovos de chocolate ovais e que no máximo tinham dentro uns bonbons ou outro ovinho, ovo de açúcar (nunca mais vi ovo de açúcar, que fim terão levado?) e casquinhas de verdade, recheadas com amendoim meio mole, que quebravam sim, e daí? Eu tinha loucuras pelas manhãs de Páscoa, com ovo cozido duro tingido no café da manhã, daqueles que sempre tinham um quebradinho na casca, o que fazia com que dentro eles também ficassem meio coloridos. A gema dura ficava o máximo quando misturava o esverdeado natural dela com a cor do ovo, em geral roxão ou rosa muito forte.

Feliz Páscoa.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ressurreição

Nada como a Páscoa pra ressurgir milagrosamente. Inspirada nas fênix (o plural de fênix é fênix mesmo? Fênixs? Fênixes?) e na data comemorativa que se avizinha, eis que eu, Eva, que deveria ser a outra autora do blog Calçolas, se manifesta depois de longos meses de silêncio.

É bom voltar, ainda mais que a venuss cuidou tão bem desse lugarzinho querido aqui. Espero nunca mais precisar deixar o Calçolas por tanto tempo. Pelo menos tenho bastante assunto armazenado pros próximos posts.

Venuss querida, obrigados multiplicados feito coelhos por ter cuidado de tudo.