sábado, 31 de maio de 2008

Faltou luz, graças a Deus

Como contei há poucos dias, eu tinha comprado um tênis de luzinha pra minha filha.
Hoje escrevo pra contar que eu posso ter perdido a noção, mas o cara lá em cima não perdeu (é Ele quem na verdade veste Prada). Porque o tênis de luzinha não serviu na minha filha. Nem os outros muitos pares com numeração acima, numeração abaixo e diferenças de modelagem. Nada serviu, nada encaixou, e olha que tentamos muito.
Brigada, papai do céu, por ter criado a luz, mas brigada, sobretudo, por ter nos dado a escuridão.

Dr. Maureci

Local: uma casa em reforma (portanto, a imagem do caos, um pandemônio e... ah, não, isso é assunto pra outro post). Então: uma casa em obras.
Personagens: Maureci, irmão do Valdeci e do Zé, mestre-de-obras, superexpert no assunto, e euzinha, achando que posso dar uma de gerente da obra mesmo sem saber á diferença entre rejunte e cimentocola.
Cena: eu converso com Maureci sobre a obra, tentando fazer cara de quem manja do assunto. E ele, confiando o bigodão, me dá opiniões de quem de fato manja do negócio. Aí reparo que o polegar dele está engessado. Pergunto se foi acidente de trabalho, ele me conta que não, que tropeçou no cachorro, que caiu (o Maureci, não o cachorro, nem o polegar). E que ficou doendo (agora tô falando do polegar, não do Maureci, nem do cahcorro), e muito, por dias. Pergunto se ele foi ao médico, ele diz, quase ofendido, que é claro que não, que médico fica receitando remédio, pedindo raio X e dizendo pra não trabalhar. E segue se vangloriando que a tal dorzona de polegar não passava e só aumentava. Digo: "tá, Maureci, mas aí tu foi botar o gesso numa emergência, né?" E ele, sorrindo faceiraço de modo que o bigodão chegasse muito perto das orelhas, se exibe todo: "imagina, dona. Eu sei tudo de obra, sei tudo de gesso, tenho todo material em casa. Eu mesmo me engessei."
Agora imagina o que o cara faria se estivesse com uma coronária obstruída!

Mariana-san

Explicando, já há um bom tempo, sobre dia e noite pra minha filha - que hoje tem 4 anos -, falei no Japão. E daí pra frente várias vezes toquei no assunto, mencionando que o sol vai pra lá quando sai daqui, que o Japão é do outro lado do mundo e que se a gente cavar um buraco muito muito muito fundo, vai acabar no Japão.
Hoje num restaurante - que não era japonês - tinha uma mesa com uma grande família nissei bem do nosso lado. Observando nossos vizinhos, a Mariana perguntou: "papai, mamãe, são esses que moram embaixo da gente?"
Arigato, buda, papai do céu ou seja lá quem for, por momentinhos como esse.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lu-luzinha

Nunca pensei que eu pudesse chegar a esse ponto.
Mas tenho que admitir: eu comprei um tênis de luzinha pra minha filha. E não é só isso. Comprei um tênis de luzinha e ainda por cima achei lindo.
Definitivamente a maternidade acaba com o bom senso das pessoas.

Tartaruga again

Acabou a farra. Nada mais de ficar trabalhando de pijama e roupão até o meio dia. O frio entrou sem pedir licença e eu já tô implementando a versão venuss tartaruga astronauta 2008: pescoço mega encolhido em meio a quilos de roupa que não deixam mais os bracinhos caírem livres pelo corpo.
Se a gente não comesse tanto no inverno, eu até poderia pensar em flutuar com esse casaco modelo astronauta.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Samba do criolo doido II

Continuando a saga do que que o Calçolas tem. Aí vai.

A fase reforma de Eva atraiu alguns seres em busca de dicas de contrapiso, o assunto do momento. Vai pensando em dar consultoria, Eva.

Outro bom emprego pra ti, Evinha, é no ramo de assessoria a gincanas. Pelo Brasil afora, várias pessoas estão montando as suas, principalmente gincanas evangélicas. A Eva entende do assunto e explica tudinho aqui.

E, pra minha surpresa e alegria do Nescafé, mais pessoas nesse mundo compartilham com Eva e venuss o desconhecimento no manejo de uma cafeteira.

E saber como acabar com o bafo? A Eva só entende de bafo na nuca.

Uma pessoa veio em busca de um assunto sério: como começar uma defesa de mestrado. Isso é fácil. Todo mundo começa agradecendo por alguma coisa. Nem que seja por ter sobrevivido.

Mas a supresa do dia ficou por conta da dose exagerada de escatologia nas buscas. Algumas pérolas: coco que a gente faz verde, gente fazendo cocô, como fazer coco sem suja a bunda.
Provavelmente, são pessoas que foram despejadas da terra do cocô.

E nessa aqui eu juro que me esforcei, mas não sei como ajudar: como é a respiração do jacaré?
Alguém, alguém se habilita?

Agora essa é muito fácil: desculpa para dormir na aula. Sono, ora.

Mas nessa confesso que fiquei na dúvida: gosto de negão. Seria gósto ou gôsto?

Sugestão digrátis: maquina de cabelo de gente serve para tosar animais? Se a escova do teu cachorro ou gato serve pra escovar os teus cabelos, vai fundo.

Alguém buscou inspiração no Calçolas: reflexões bonitas que fale do perfil da mulher. Essa daí deve ser redatora publicitária e está precisando criar um cartão pro dia da mulher. Pode apostar!

E tem gente que não conhece o Badanha. Badanha é o meu estagiário, é ele quem toma conta do meu word.

E por fim, uma pergunta super fácil de responder: quem tem rinite pode por piercing no nariz? Pode porque eu tenho. Uma rinite das brabas e um piercing que em nada lembra uma libélula.

Com licença, gatos

Algumas gateiras do bem começaram a freqüentar o Calçolas. E eu adoro blogs com fotos e histórias dos peludos de bigode.
Hoje apresento as novas integrantes da família. Depois de uma temporada rápida aqui em casa, Sinhá e Lua já estão dominando o campinho na casa de mamãe.
A Lua, a pitoca escaminha, é a gata mais doce, meiga e delicada que eu já conheci.
Já a Sinhá, a pretinha de olho verde, vive de TPM: resmunga, reina e tem uma carência crônica, só quer saber de colo.
Hoje é só apresentação oficial, mais tarde conto peripécias das duas.




Ok, as fotos não ficaram o bicho, mas quando eu for pra casa de mamãe de novo, renovo os estoque de imagens das peludas.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Samba do criolo doido I

De tempos em tempos eu adoro dar uma olhada nas palavras digitadas em sites de busca que trouxeram algumas pessoas até o Calçolas. Tem de tudo.

Nessas eu descobri que o Rafael Zanutti é mais famoso que Eva e venuss juntas. São mais de 24 buscas por este ser só no último mês. E eu nem cobrei pra divulgar. Vou morrer pobre desse jeito. O tal "crédito legal" do nosso desconhecido Rafael gerou 57 buscas, batendo todos os nossos recordes. E o cara é um baita falcatrua.

Várias garotas interessadas em calças da Rola Moça, Rala Bela e o híbrido Rala Moça também passaram por aqui. O que demonstra que tá cheio de menininha querendo sair por aí com Rola na bunda.


Muitas pessoas movidas por uma dúvida atroz também chegaram até o Calçolas: cobra tem cú? Pra Eva tem.


Tem também os taradinhos desavisados que buscavam um blog com câmera escondida no banheiro, calsinhas indiscretas (assim com 's' mesmo), foto de depilação da xeca e a hebe sem calcinha (pelo amor de deus quem quer ver isso?!).


Mas eu adorei a menina que estava preocupada em saber como esnobar um homem metido o que mais ele sabe fazer comigo. Alguém tem algum conselho pra ela além de procurar outro pra dar?

O digníssimo nick de nossa amada Eva serviu pra confundir algumas pessoas. Quando não estão procurando moldes pra fazer artesanato com aquele material E. V. A., estão preocupados em saber se e.v.a é lixo seco ou orgânico? E eu que nem sei que tipo de lixo eu sou vou saber responder isso? Teve um que quis saber o que quer dizer eva mitocondrial. Evinha, tu tá em alta.

A saga do cabelo branco trouxe gente procurando por pentelho branco. Não, aqui não tem isso não. Ainda não.

A saga do banho de nossos ilustres peludos de bigode (aqui, aqui e aqui) trouxe alguém buscando banho de gato fetiche. O banho de gato que a gente fala aqui só pode ser fetiche pra masoquista, porque é um sofrimento dar banho nesses bichinhos.

Alguém buscou por bunda magrinha: querida, isso é o que todas queremos.

E deve ter muita gente buscando a tal bunda magrinha, porque mais de uma dezena de pessoas quis saber as calorias das pipocas doces. Eva, você que já anunciou a predileção, sabe?

Breve a segunda parte deste especial o que que o Calçolas tem. Ou não.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Não encosta aqui

Mais de quinze horas depois da minha primeira aula de boxe, sinto que o meu corpo desistiu de mim.

Parece que o Mike Tyson me usou como colchonete. Ai.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Bate aqui

Quinze minutos depois da minha primeira aula de boxe, sinto que agora estou preparada para a vida.

sábado, 17 de maio de 2008

O futuro é uma astronave que tentamos pilotar

Ando inconsolável.
Minha ausência da blogsfera me dói. Me remoo de saudades de postar, visitar blogs afins, ler e responder os comentários, roubar idéias da venuss e ficar postando coisas sobre assuntos bacanas que ela se deu conta de colocar na rede, essas coisas todas.
Pensei que, defendida a dissertação, postaria uma, duas, muitas vezes por dia, para todo o sempre. Piadas, comentários, desabafos, narrativas, críticas e até uns elogios, eu faria isso tudo e muito mais. Eu e o blog, viveríamos conectados forever.
Huahuahua.
Não foi infinito nem enquanto durou.
Uma, duas, muitas coisas se atravessaram entre minhas conectivas boas intenções e a sua execução. Tipo casa nova em reforma infindável, casa velha sendo visitada por horadas de corretores, disciplinas novas pras quais tive que sair dos -273 graus Celsius (zero Kelvin, ou ainda o zero absoluto), um pai cardíaco com problemas, pessoas com cérebro de ervilha murcha que me fazem perder a crença na teoria da evolução, enfim, atrapalhos aos montes. Não, atrapalhos às montanhas, isso sim. Uma cordilheira de problemas. Andes, alpes e himalaias de pequenas grandes coisas. Mas também pode chamar de vida.
De qualquer forma, queria poder estar na blogsfera, e não estou.
Ando inconsolável. Ou no caso, considerando o assunto, incalçolável.
Mas sou que nem o Schwarzenegger.
I'll be back.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Reclamando de cabeça vazia

Quando comentei com o meu irmão 4 anos mais novo que já tinha encontrado dois cabelos brancos na cabeleira, ele em silêncio vira o rosto e aponta para as têmporas. Vi um ninho de branquinhos por ali.

Juro que nunca mais reclamo.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Piri-piri-piri-piri-piri....

Uia. Medo.


É de família

Mamãe de venuss, que é secretária da cultura lá na terrinha - uma cidadezinha simpática de 7 mil habitantes - muito espirituosa comentando o fato de eu ter conseguido os ingressos pro Cirque du Soleil:
- Se tu gostar, me avisa que eu contrato eles pra virem pra cá.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Com dobrinhas

Aqui perto de casa tem uma loja feminina que vende tamanhos grandes, o nome é Mulher Bonita, escrito beeeeem grande. Hoje parei na frente porque o sinal fechou na minha cara e vi um manequim pelado na vitrine. E não é que a maneca tem dobrinhas de parafuso na barriga e peito meio caído?

É a vida

Toda vez que eu uso serviço de táxi e motoboy e sou simpática com algum deles eu me sinto culpada porque sei que algum dia eles vão me fechar no trânsito.

Alegría

Alegría, Alegría: 500 pila* a menos no bolso.

*Pila (assim, no singular mesmo): moeda corrente aqui no sul.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Médico em revista

A primeira consulta num médico novo pra mim é sempre uma mistura de tensão e ansiedade. Fico louca pra chegar lá e descobrir quais as revistas disponíveis na sala de espera. Eu adoro revista, não é à toa que fui estudar as ditas no mestrado. Dependendo do que eu encontro já sei se esse vai ser um médico pra sair correndo de casa 10 minutos antes da consulta ou se é do tipo que posso chegar uma hora antes só pra dar tempo de ver alguma revista inteirinha. Ver, né? Porque revista de consultório tem que ser de figurinhas. É pra isso que elas servem. Odeio quando só encontro Veja com validade vencida. E como não freqüento muito salão de beleza, só me restam as salinhas de médicos pra brincar de álbum de figurinhas.

Acabei de voltar da nova homeopata e ela foi aprovada em vários quesitos, principalmente no nariz sem piercing. Extremamente profissional, não me deu xixi nem questionou nenhum comportamento ou atitude. Ficou com aquele olhar de psicóloga com o queixo apoiado na mão praticamente o tempo todo. Isso quando não estava anotando algo. Humhums eram constantes, intercalados com 'algo mais?' Para alguns poderia soar algo frio, mas depois da experiência com a Dona Libélula achei a nova doctor um luxo. Ela só não passou no quesito revistas na sala de espera. Uma pilha de revistinhas promocionais de bairro com o nome "Guia da Dona de Casa" era avistada de longe. Algumas Veja e Época perdidas num canto e só uma Marie Claire de um ano atrás solitária me olhando. Sorte que cheguei em cima da hora e praticamente não tive pit stop por ali.

Pensando bem, a melhor sala de espera de todas é a da minha gineco. Pilhas de Caras e Quem quentinhas, da semana, esperando pelas moçoilas. Acho que esse tipo de leitura deve fazer bem pras futuras mãezinhas, porque sempre tem alguma grávida lá enfiada atrás de uma revista. Se consulta na gineco não fosse algo tão chato, acho que eu ia duas vezes por ano só pra ver os vestidos das fulanas nas festas de lançamento de novela.

A segunda colocada no quesito entretenimento é a minha dentista. Não é nada muito atualizado, mas sempre tem revista de decoração na salinha. E essa, oba, eu vou duas vezes ao ano. A dermato precisa de umas aulas, só tem Época vencida. O oftalmo deveria olhar melhor pras revistas que são esquecidas lá. Sim, porque só esquecimento pra justificar a idade do que habita o porta revista. E nenhuma publicação de mulherzinha!

Mas o campeão em todos os sentidos foi um endócrino que eu consultei há uns 4 anos. Veja bem, estávamos em 2004 e a revista mais recente da salinha (só tinha Veja) datava de 1991. Valeu a pena pelo aula de história que aquelas longas esperas me proporcionaram.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Tempo, dá um tempo.

Mesmo que o primeiro a gente nunca esqueça, o segundo também pode ser desesperador. Pouco depois de completar 28, encontrei o primeiro fio de cabelo branco a disputar espaço nas minhas madeixas. Seis meses depois, arranquei o irmãozinho. Retomo o assunto não por masoquismo (sim, eu estou sofrendo), mas porque quero dividir com vocês o destino dos dois. Pouco antes do aniversário e do episódio 1 da série venuss grisalha, minha mãe fez uma big faxina na casa dela e juntou várias coisas minhas em caixas com a seguinte recomendação: quer, leva. Se ficar vai pro lixo. Lá, num cantinho, dentro de uma caixinha de fio dental estavam eles: os sapatinhos da Barbie! Lindos. Três pares: prata, dourado e pink. Um luxo. Intactos, sem um descascadinho. Trouxe a caixinha pra minha casa pensando que algum dia uma filha ou afilhadinha receberiam o mimo.
Quando arranquei o primeiro fio branco, estava sozinha em casa e guardei pra mostrar pro marido (sim, eu sei, sem noção). Na real, esta informação poderia ser escrita da seguinte forma: no desespero de fazer o tempo parar, avistei a caixinha de fio dental e corri pra guardar o atestado dos anos em meio aos sapatinhos. Na minha
(i)lógica matemática, juntar o futuro com o passado me daria um presente mais duradouro. Branco no preto ou branco no ruivo no meu caso: eu queria esconder aquele fio num lugar de pouco acesso com memórias infantis felizes. Não funcionou, em pouco mais de 6 meses a caixinha foi novamente acessada e agora abriga 6 sapatinhos e 2 cabelinhos. Enquanto o número de sapatos for maior que o de cabelos, acho que tô no lucro.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Lembrando





San Telmo, Buenos Aires, março/08. Só agora esvaziando a máquina (ô preguiça).

Rotinas do frio

O aquecedor já tomou o rumo do banheiro.
O meu pé gelado já busca abrigo no pé quente de marido à noite.
As roupas lavadas demoram o dobro pra secar.
O funga-funga do nariz é constante.
O pé de alface na geladeira já perdeu espaço pra sopinhas e coisas engordativas.

Mas o frio trouxe de volta o meu luxo diário: toalhas aquecidas pra usar depois do banho.