Eu tinha acabado de sair da garagem do shopping, chuva caindo de balde e, na segunda sinaleira fechada, parei atrás de um Clio. Eu mal tinha parado e o carro da frente começou a vir pra trás. Senti o tamanho da merda que ia acontecer e buzinei pro motorista se ligar que o carro tava 'solto', mas três segundos depois deu pra ouvir o bum. Liga pisca alerta, tira o cinto, olha pra chuva que não dava trégua, respira fundo e sai do carro pra ouvir desculpas e ver se nada tinha acontecido. Depois de eu já estar na chuva, saiu uma mulher do Clio que chegou perguntando toda cheia de razão: como é que tu bate no meu carro?
Sabe quando a vida não te preparou pra uma situação dessas? Sabe quando a boca abre, a cabeça pende um pouco pra direita, os olhos param no tempo, a respiração trava por um segundo e o cérebro só faz hã?! Sabe quando tu que normalmente tem resposta pras coisas sofre uma pane interna? Eu só respondi: mas foi a senhora que veio pra trás. A mulher negou, óbvio, e eu ainda tava com aquela cara de idiota quando vi que não tinha sido nada, ao menos no meu carro. Mas foi só fechar a porta que uma série de respostas começou a pipocar na minha cabeça:
- Como é que tu bate no meu carro?
a) É meu passatempo de final de semana, eu buzino pra avisar que vou bater.
b) Sua anta (nunca senhora) foi tu que deixou o carro correr pra trás.
c) Se tá em dúvida sobre qual deles é o freio, filha, aposta na coluna do meio.
d) Hellooww!!!
e) Se o pé tá cansadinho, usa o freio de mão.
f) Senhor, ela não quis dizer isso, ela não quis dizer isso...
Mas o que realmente mais me dói, é que eu ainda fui educada, chamei a mulher de senhora.
domingo, 23 de setembro de 2007
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7 comentários:
uma vez aconteceu a mesma coisa comigo. quer dizer, foi diferente: sinal fechado, ela deu uma ré e bateu no meu carro. é, ela deu ré. liguei o alerta e estava descendo, quando o sinal abriu. a #%$*#@* arrancou.
um dia te conto como me vinguei. :)
Comigo foi diferente, eu é que dei a ré.Não foi na Marcia, viu. Fui me meter a andar de carro automático, mas não tinha automatizado o cérebro.Eu coloquei a marcha errada e pum. Foi na garagem, sem testemunhas. Agora o mundo já sabe, tá no Calçolas.
O complicado é que a lei presume que quem está atrás tem mais controle da situação, então em princípio é o culpado da colisão. Até provar que focinho de porco não é tomada...
fazer bobagem e botar a culpa nos outros é um talento perverso de algumas pessoas
A falta de noção é a grande pandemia do século XXI, vai dizer que não? Adorei a tua alternativa de resposta a. Também tenho relatos de coisas incríveis que já me aconteceram no trânsito, vou guardar prum post-erior. Entendeu a sacadinha? Post posterior, post-erior... (pior é que eu ainda explico). Bjs
MARCIA: fiquei curiosíssima! preciso saber como foi a revanche.
DÉBORA: abre o teu coraçãozinho, tu e a garagem guardaram todo esse tempo a história da ré que não era pra ser ré?
ENIO: pois é, né? a culpa normalmente é de quem tá atrás. Da próxima, eu engato ré e me engato no carro de trás, assim a culpa vai ser dele.
MAROTO: fico pensando de quem é a culpa de existirem pessoas que só botam a culpa nos outros.
EVA: continuemos nossa saga contra os sem-noção.
amei essa! eu tenho uma linda prá contar prá vocês. quem sabe ela fique interessante na mão de uma boa redação. bjs
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