Ao contrário da maior parte das pessoas, eu adoro Natal. Não esse Natal de shopping cheio, saco idem, lixeiro pedindo contribuição pra festa três, quatro, cinco vezes na mesma semana, nem esse Natal do tem que, da obrigação de comprar qualquer coisinha pra não dizer que não se deu presente.
Gosto do Natal que começa no dia 1. de dezembro, com a abertura solene da primeira janelinha do calendário de advento, do Natal das bolachinhas, do Natal da emoção que faz a gente chorar até com o comercial do Zaffari (aliás, falando em comercial do Zaffari, qualquer semelhança entre bolhas de sabão e vaga-lumes, meninos vestidos de burrinhos e meninos sardentos com cara de não deve ser mera coincidência, né? Mas tudo bem, é a mesma agência, o mesmo anunciante, a gente curte igual, e afinal de contas é Natal, né?)
Gosto do Natal que serve de pretexto pra gente dar um alô, mandar um mail, dar um abraço em alguém - porque a gente fica se fazendo e acaba precisando de pretexto pra essas coisas tão simples.
E gosto do Natal do culto de Natal. Sou filha de pastor protestante, como é que não vou gostar de culto? Então sempre, sempre, sempre no comecinho da noite do dia 24, de banho tomadinho, vamos todos ao culto de Natal, pra ver a árvore da igreja enfeitada com bolinhas fabricadas mais ou menos no tempo em que Jesus nasceu e cantar as mesmas músicas tradicionais da idade média em versão meio estranha pro português de sempre (e ai deles se resolverem mudar). Tem sino, tem aquele papinho do pastor que eu nunca escuto direito, e lá quase no fim eu sempre choro lembrando da Oma, minha vó querida que fazia as melhores bolachas de Natal do universo.
Este ano, o culto de Natal foi mais divertido que a média. Primeiro, porque o pastor inovou e, num rompante de completa falta de noção, cantou um texto. Acontece que o coitado era muito, mas muito desafinado. O mais legal era ver o esforço do pessoal se segurando pra não rir. Os integrantes do coro da igreja, então, mordiam os lábios, se viravam, faziam que juntavam algo no chão, liam atentamaente as partituras, tudo pra não escancarar as risadas. Depois o pastor, além de desafinado, tinha um paita sotacón alemón que só fendo. E eu passei o tempo todo na dúvida sobre o tema do papo dele: afinal, ele tava falando de inverno ou inferno?
Eu não gosto de nenhum dos dois. Mas de Natal eu gosto.
Feliz Natal!
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
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3 comentários:
onde vc consegue calendário do Advento no Brasil? Me conta, me conta!
existe piada de pastor protestante com sotaque alemão super forte? Tem uma de padre católico que é a alegria da infância da molecada!
EVA: que bom que ao menos a outra metade do calçolas curte o natal.
Eu não odeio, mas tb não amo. Fico num meio termo bem meia boca.
MAROTO: Calendário de advento só de figurinhas, importado da Alemanha, a gente consegue comprar no setor internacional da Feira do Livro. E aqueles de colocar coisinhas (mini-brinquedos, guloseimas - ai, eu adoro essa palavra: guloseimas - tem pra vender aqui na zona sul de Porto Alegre. É quase tão longe quanto a Alemanha, mas ainda dá pra ir de carro. Então: aqui, eu vi num bistrozinho chamado Machry, na rua Armando Barbedo. Não são baratos, mas lindinhos. E aí já aproveitas e conferes o bufeet transadinho deles, que é muito bom, e leva um pãozinho de sete cereais maravilhoso. O calendário de advento aqui de casa é caseiro, foi minha mami que fez.
VENUSS: inda bem que não odeias Natal. Já é um bom começo. E depois, com a idade, a gente vai ficando mais sentimental. Quando chegares nos 42 (ai meu Deus, quase 43 na real) como eu, vais estar adorando.
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