Minha filhota tem uma relação absolutamente idiossincrática com o lobo.
Morre de medo dele, mas volta e meia o chama pra brincar.
Tapa os olhos quando ele aparece no filminho, mas chama o pai de lobo e faz questão de brincar de menina que corre com os lobos quando ele chega em casa. Grita e se esconde quando acha que o lobo vem vindo, mas é a ele que recorre pra atribuir os próprios gestos, quando estes não são nada elogiáveis.
Quem foi que derramou o suco de uva na cama, pergunto. E ela: Foi o lobo, mamãe. Não bate na mamãe, digo. E ela: Foi o lobo, mamãe.
Um dia ela vai dizer que foi o lobo que pegou o carro sem pedir, que foi o lobo que esqueceu de ligar pra dizer que estava bem, que foi o lobo que fumou um baseado. E vai nos apresentar o namorado, que vai ser também um lobo - mau, bom ou qualquer outra coisa, conforme o ponto de vista.
O lobo polivalente, multiuso, assumido, temido, querido, odiado, testa de ferro, divertido, n.d.a. e etc., enfim, o lobo desconstruído, tá definitivamente incoporado na família.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
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4 comentários:
Ah, esses lobos...
Que pai ou mãe não os enfrenta sempre?
Ha ha ha!! Muito boa essa.
quer dizer que o Lobo Mau pode ser usado para o bem?
venuss: claro que sim. O lobo é bom, mau, bobo, engraçado. Lobo também é gente, ora essa.
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