Estávamos viajando com nossa filhinha de 3 anos e meio, e aconteceu o normal no caos aeroportuário brasileiro: perdemos uma conexão já na ida da viagem. Claro que não sem antes tentarmos desesperadamente alcançar o tal avião - que, ao contrário de todos os outros aviões do país nos últimos 12 meses, saiu no horário certo, bem de acordo com a Lei de Murphy. Mas até sabermos disso, nós nos empenhamos pra tentar pegar o vôo.
Chegamos 5min antes do horário da conexão, e pensamos que havia uma chance. O que me fez sair correndo pelo aeroporto com a minha filha-chumbinho de 18 kilos no colo e nas costas uma balouçante, deselegante, imensa mochila cheia de Barney, Barbie, Polly, carrinho da Polly, gatinho da Polly, Relâmpago McQueen, Sally, Tom Mate, Joca Grande (o coelho verde maior) e Joca Pequeno (o coelho verde menor), loucinha, livros, lencinhos umedecidos, a Papinha, caderno de capa dura, giz de cera, travessereirinho, barrinhas, remédio pra febre, remédio pra nariz entupido, lencinhos, jogo de memória, dominó, lenços de papel, quebra-cabeça, borrachinhas de cabelo, presente-surpresa para emergências infantis absolutas e também coisas supérfluas e espaçosas como nossas carteiras de identidade, dinheiro e as passagens.
Enquanto eu corria com a criança e a mochila, e esbarrava nas pessoas, ia dizendo (ou resfolegando) coisas como "desculpe, é uma emergência, temos uma conexão, não posso perder a conexão, perdão, com licença, estou atrasada pra minha conexão", essas coisas, tentando amenizar minha atitude selvagem-atropelante digna de freqüentadora de Carrefour em tarde de sábado.
A conexão, como eu já tinha adiantado, foi perdida. Mas a memória do episódio não. A coisa toda calou fundo n'alma do meu rebento. Tanto que, uma semana depois, na volta para Porto Alegre, depois da aterrisagem, naquele momento tenso e silencioso em que fica todo mundo plantado no corredor do avião, pronto pra sair correndo assim que abrirem a porta, minha filha berra bem alto: "Mamãe, vamos sair correndo pra pegar nossa conexão pra Esteio".
A gente não mora em Esteio, e nunca fomos a Esteio, mas minha filha tem uma profunda ligação emocional com a cidade, e queria ir voando pra lá.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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4 comentários:
hahahahaha!muito engraçado, a Pitu é o máximo. Conexão pra Esteio. Vai ver ela tava pensando na Expointer.
Comentário cretino 1: por que mesmo tu não despachou a bagagem?
Comentário cretino 2: tá sobrando espaço na tua memória, lembra de todos os nominhos dos trocentos brinquedos.
Amada!! Que engraçado isso! Pq. Esteio? AInda se fosse São Léo né? ale
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