segunda-feira, 5 de maio de 2008

Tempo, dá um tempo.

Mesmo que o primeiro a gente nunca esqueça, o segundo também pode ser desesperador. Pouco depois de completar 28, encontrei o primeiro fio de cabelo branco a disputar espaço nas minhas madeixas. Seis meses depois, arranquei o irmãozinho. Retomo o assunto não por masoquismo (sim, eu estou sofrendo), mas porque quero dividir com vocês o destino dos dois. Pouco antes do aniversário e do episódio 1 da série venuss grisalha, minha mãe fez uma big faxina na casa dela e juntou várias coisas minhas em caixas com a seguinte recomendação: quer, leva. Se ficar vai pro lixo. Lá, num cantinho, dentro de uma caixinha de fio dental estavam eles: os sapatinhos da Barbie! Lindos. Três pares: prata, dourado e pink. Um luxo. Intactos, sem um descascadinho. Trouxe a caixinha pra minha casa pensando que algum dia uma filha ou afilhadinha receberiam o mimo.
Quando arranquei o primeiro fio branco, estava sozinha em casa e guardei pra mostrar pro marido (sim, eu sei, sem noção). Na real, esta informação poderia ser escrita da seguinte forma: no desespero de fazer o tempo parar, avistei a caixinha de fio dental e corri pra guardar o atestado dos anos em meio aos sapatinhos. Na minha
(i)lógica matemática, juntar o futuro com o passado me daria um presente mais duradouro. Branco no preto ou branco no ruivo no meu caso: eu queria esconder aquele fio num lugar de pouco acesso com memórias infantis felizes. Não funcionou, em pouco mais de 6 meses a caixinha foi novamente acessada e agora abriga 6 sapatinhos e 2 cabelinhos. Enquanto o número de sapatos for maior que o de cabelos, acho que tô no lucro.

5 comentários:

Toninho Moura disse...

Cada um com sua preocupação. Olho no espelho meu peito cabeludo, coloco uma mão sobre ele e a outra sobre a cabeça, e canto aquela canção: "De que vale tudo isso, se você não está aqui!".

Maroto disse...

quando arranquei minha primeira peninha branca, uma sádica me disse que a sabedoria popular ensina que 'arranca um, nasce sete'. Só te digo isso porque não nasceu sete coisa nenhuma - ou se nasceu não vi, porque arranquei todos e dane-se

Enio Luiz Vedovello disse...

O pior é que os fios brancos parecem ser visíveis a quilometros de distância. Só espero que a sua caixinha demore a encher.

Gislaine Marques disse...

Venuss, tenho um texto que fala sobre isso e uma situação bem pior, achar pentelhos brancos! rsrs Se quiser olhar, vai em www.lilarizzon.com.br/gis e olha o texto chamado Um dia a casa cai. ;-)

venuss disse...

TONINHO: é as preocupações crescem, aparecem e desaparecem em vários lugares.

ENIO: amém.

GIS: sim, coisas piores existem. E elas tb virão. Ui.