segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Nota de pré-falecimento

Todo mundo que já passou por isto jura que mestrado não mata. Mas desconfianças crescentes a respeito da veracidade da afirmação se avolumam no meu tresnoitado ser. Então, por via das dúvidas, deixo aqui algumas instruções simples pro caso do meu passamento.
a) Podem doar tudo que for doável no meu corpo - córneas, coração, fígado. O cérebro não dá, porque não vai ter sobrado nada;
b) o que ficar depois do esquartejamento pras doações ( o cérebro e mais uns pedaços, tipo unhas - minhas unhas ninguém nunca vai querer), cremem;
c) quero que coloquem parte das minhas cinzas num tumulinho que não requeira qualquer manutenção. Pior que estar morto é repousar num lugarzinho feio, desbeiçado e visivelmente ignorado por todos;
d) a outra parte das cinzas vocês por favor joguem no mar, na reserva do Arvoredo, em Bombinhas, ao som de My island home, da Warumpi Band:

Six years I’ve been in the desert
And every night
I dream of the sea
They say home is where you find it
Will this place ever satisfy me

For I come from the salt water people
We always live by the sea
Know I’m down here livin’ in the city
With my man and the family

My island home
My island home
My island home is waiting for me
My island home
My island home
My island home is waiting for me

In the evening the dry wind blows
From the hills and across the plains
I close my eyes and I am standing
In a boat on the sea again
And I’m holding a long turtle spear
And I feel I’m close now to where it must be
My island home is waiting for me

For I come from the salt water people
We always live by the sea
Know I’m down here livin’ in the city
With my man and the family

My island home
My island home
My island home is waiting for me
My island home
My island home
My island home is waiting for me

2 comentários:

Maroto disse...

mestrado não mata - mas, se for o caso, esqueceu de pedir um tempo de carcaça exposta para deleite dos urubus.

venuss disse...

é isso aí: mestrado não mata, mas pode deixar seqüelas. A pior delas é uma vontade de fazer doutorado que costuma surgir depois.