quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Aquela colinha dos adesivos

Mais uma pergunta pra incomensurável série de questionamentos profundos que fazemos enquanto trilhamos a desafiante estradinha da vida cotidiana: por que colocar nos produtos aqueles adesivos com a marca do fabricante, que não saem nem com álcool, nem com água quente, nem com Vidrex, nem com banda de música, nem esfregando, nem esmerilhando e nem f..? Hein? Alguém saberia me dizer?

A desculpa do custo de um adesivo civilizado, de plastiquinho e com cola que sai e não fica melecando tudo não se aplica. O meu notebook, por exemplo, veio todo embandeirado com adesivos de quinta caegoria. Os tais adesivos pareciam melhorzinhos, e eram até bem cleanzinhos, com poucos elementos gráficos e palavras curtas e tecnológicas. Mas eram, como todos os adesivos colados em produtos, chatos pra caramba. Com o lay out que tinham, deviam sair só com a força do pensamento. Mas na hora de tirar foi um sufoco, ficou a meleca de cola e ainda por cima agora tenho um notebook supermoderno com tela giratória, levinho, maravilhoso... que range. Porque a remoção das coisinhas estúpidas (ou a remoção das coisinhas por parte da estúpida aqui) levantou um pouco uma parte da latinha do meu lindo notebook e é bem onde apóio a mão pra escrever e agora o bendito range. Pode isso? Nao pode, mas aconteceu. E note bem, notebook, mesmo na versão mais pop, custa mais que potinho de plástico chumbrega de 1,99, logo deveria ser enfeiado ao menos com adesivos que não deixam melecas nojentas e seqüelas ruidosas ao serem removidos.

A desculpa de que os adesivos impossíveis de remover seriam obra de um marketeiro imbecil também fica complicada, porque marketeiros, mesmo quando são imbecis, conservam sempre uma apurada noção de lucro. E um adesivo um pouco (mesmo que muito pouco) menos barato implica comissão maior, e comissão maior é tudo para o marketeiro (e eu posso falar porque sou especialista em marketing. É que nem loira contando piada de loira. Pertencer a um grupo te dá esse direito de achincalhar, porque afinal estou achincalhado a mim mesma. Aliás, além da especialização em marketing, tenho cabelo loiro.)

A desculpa de que o plastiquinho que não sai direito é pra ficar ali também não serve. Se a gente não tira, ele desbota, rasga, gasta. E o que já era feio pacas fica horroroso e desvende o produto e ele pode até dair em desgraça nestes tempos em que todos queremos uma vida com design.

Refleti longamente, pensei em outras possibilidades, e cheguei a uma conclusão. Essas etiquetas adesivas que nao saem dos produtos estão ali pra me irritar. Unicamente pra isso. Deus descobriu que eu odeio coisas com etiquetas grudadas, e aí resolveu me dar uma liçào de vida, tipo carma ou sei eu o quê. Como preciso evluir enquanto ser humano (buenas, enquanto ornitorrinco eu não poderia evoluir mesmo, já que não sou um), Deus disse, quando nasci: esta mulher vai ter da vida uma lição muito importante. Ela vai amadurecer, vai cair e levantar, vai entender o sentido de tudo, vai aprender muito sobre a vida e a morte: ela vai entender o poder da meleca na etiqueta dos produtos. E graças a isso, ela vai se tornar um ser humano muito melhor quando morrer (por isso acho que vou morrer tarde, porque até agora não aprendi xongas disso que Deus disse que eu teria que aprender. E considerando que sou loira, então, vai levar mito muito muito tempo.)

Um dia terei trocentos anos, serei uma verdadeira Matusaleva. E aí, lá pelos 176 anos de vida, talvez eu tenha entendido do que se trata. E tendo visto a luz e tendo sentido a ficha cair, terei entendido o poder da meleca das etiquetas adesivas, e que ele faz parte da nossa existência e que, queiramos ou não, ele é parte do ciclo de todos nós. E então falarei a todos sobre os importantes ensinamentos de vida, as filosóficas lições que as grudentas etiquetas mal-educadas, sujas, feias e bobas terão me dado.

Fim de surto.

7 comentários:

Enio Luiz Vedovello disse...

Mais fácil pensar no simples: os fabricantes vendem as etiquetas melequentas de cola vagabunda pelo preço das boas que saem fácil. E nem o fabricante ou o marketeiro se preocupam em cobrar a qualidade, já que o produto foi vendido, mesmo...

Anônimo disse...

E então, ao morrer, depois de todas as provações pelas quais tu passou para atingir a iluminação, tu olha para teu corpo inerte e ali, na tua última morada, grudados no caixão, estão eles: os malditos adesivos melequentos, hehehehehehehehehehehe

ale disse...

Putz, malditos adesivos chiclé! Fiquei curiosa com outro ponto: como é uma tela giratória de notebook? O meu não tem isso....snif!

Toninho Moura disse...

Papo grudento...

ale disse...

Depois que li este post, resolvi reparar nos 1001 adesivos que tem no notebook que uso no trabalho. Bah, não saem nem por decreto! Grude total!

Pâmela disse...

Hahahahahahahahahahahahaha!
Desculpa, não deveria rir da desgraça alheia, mas o post foi mesmo muito engraçado!

Bom, não podemos fazer nada em relação ao rangido, mas passar álcool costuma me ajudar. Só não sei se resolve o seu problema, parece que você já tentou...
Boa sorte aí com os adesivos...
Bom finzinho de semana!

Silvia disse...

poxa... nem o vidrex tira a melequinha do adesivo...
O problema é do vidrex.