terça-feira, 31 de julho de 2007

Perfil da mulher porto-alegrense

A matéria da ZH de hj que apresenta alguns dos resultados de uma pesquisa realizada com 2.120 mulheres entre 25 e 55 anos em 7 capitais mostra que a gaúcha é:

- egoísta (pensa mais nela do que em trabalho. Lá em 2000, mais da metade das mulheres se f*dia trabalhando)
- infiel (trai o dobro das comparsas de outros estados)
- burra (não vai à livraria ou biblioteca, mas lê jornal. Que bom isso, né Zero Hora?)
- dependente (só 48% dizem que fazem coisas demais, as outras se deitam nas costas do marido)

Agora tá explicado porque deus colocou mulheres tão bonitas aqui no sul.

A Tam e o lucro

Só acreditei depois de conferir na internet, e é isso aí: a primeiro dos sete mandamentos da Tam realmente é "nada é mais importante que o lucro" (tá lá em http://www.tam.com.br/b2c/jsp/default.jhtml?adPagina=517&adArtigo=6053 ).
Mas aí eu fico pensando que o que diferencia a Tam da grande maioria das companhias é só o fato da Tam assumir isso por escrito mesmo em tempos de pós-tragédia do airbus. Na prática, o que praticamente todo mundo quer no mundo corporativo é lucro über alles.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Miss Lexotan?

Tava chegando em casa e na Ipanema tocava Miss Lexotan. Fiquei pensando na atualidade daquela música. Acho que, se trocar o refrão por 'Modelo Prozac' e transformá-la numa freqüentadora assídua das aulas de ashtanga yoga, a música fica nova em folha. O resto pode ficar como está.

domingo, 29 de julho de 2007

Cineminha básico

Fui ver Saneamenteo Básico, o último filme do Jorge Furtado.
O filme me lembrou suflê: surpreendentemente leve, gostoso, despretensioso. Vale a pena provar.
E se fosse pra resumir numa palavra só a grande felicidade do filme, eu diria que é mistura. O que deve ser também o segredo do suflê, imagino (não sei fritar um ovo e tenho dificuldade com o ponto de fervura da água, então analogias culinárias no meu caso têm grande risco de serem totalmente sem noção).
Voltando ao cinema, a meu ver lugar beeem mais agradável que a cozinha: o filme é muito bom na mistura. A mistura de tomadas, leia-se montagem, tá tri-boa. A mistura de humor com um pouco de emoção/comoção tá ótima. A mistura do elenco global com as paisagens regionais, por incrível que pareça, funcionou.
Um coisa bonita é a reflexão sobre cinema que tem na história. Coisas como o espectador implícito, a imagem, a montagem, a liguagem, o sentido, que já renderam quilos de obras acadêmicas e estudos complicados, são tratados com uma delicadeza, uma queridice e uma simplicidade comoventes.
Sem falar no Wagner Moura, que eu gosto cada vez mais.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Te dou minha palavra, mas não posso assinar embaixo

Esses dias fui comprar um produto numa loja e não tinha pronta-entrega, só encomendando.
Com medo que o prazo anunciado pela loja não fosse cumprido, pedi pra moça colocar uma observação sobre o tempo de entrega, pra que eu tivesse algo em mãos pra reclamar caso o produto atrasasse. Na real, disse que só comprava o tal produto de R$ 400,00 se ela colocasse essa informação quanto ao prazo.

Cena anterior ao pagamento, vendedora simpática fazendo o pedido no terminal:
- Eu tô colocando uma observação aqui, tá? Prazo de entrega 10 dias úteis.

Cena posterior ao pagamento, a vendedora simpática, a caixa e eu recebendo o comprovante do pedido:
- Mas cadê a observação sobre o prazo de entrega?
- Só sai na nota.
- E cadê a nota?
- Só recebe junto com a mercadoria.
- E de que me vale essa observação se eu só vou receber junto com o produto?

As duas me olharam. A vendedora não aparentava mais tanta simpatia, a caixa dizendo que não tinha nada a ver com isso.

Cena posterior ao pagamento, no meio do barraco que eu fiz por causa da diferença no discurso pré e pós-venda:
- Eu disse que só compraria o troço se tivesse a tal observação.
- Mas a empresa não costuma atrasar.
- Então escreve aqui pra mim o prazo de entrega, pode ser a mão mesmo.
- Eu não posso fazer isso, só o gerente pode e ele não tá.
- Então quem vai assinar isso pra mim?
- A minha assinatura é a mesma coisa que nada.
- E daí eu faço o quê?
- Olha, eu tô te dizendo, te dou a minha palavra, mas não posso assinar embaixo.

Faz 12 dias ÚTEIS e ninguém me ligou da loja ainda.

P.S. 15 dias inúteis depois, me ligam dizendo que a mercadoria chegou.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Vida de cachorro


Reencarnar como gato na família da venuss é ótimo (leia Vida de gato). Mas ser felino aqui em casa é mais complicado. Olha o que a gente conseguiu fazer com a Meg, tadinha...

Vida de gato

Quando eu nascer de novo, quero nascer gato. Mas na minha casa ou na da minha mãe. Eu vivo dizendo isso. Olha um dos motivos.

Tem coisa melhor do que passar a tarde dormindo no solzinho?

Cocô

Entre as trocentas facetas fascinantes da maternidade, está a questão do cocô.
Antes de ter um filho, o cocô praticamente não faz parte da nossa história oficial. É algo a ser eliminado, da forma mais silenciosa e inodora possível, nos recônditos de um banheiro (de preferência o da própria casa - é ou não é horrível fazer cocô em banheiro de shopping, no WC do escritório ou em qualquer patente pouco familiar?) fechado a chave. Cocô não é assunto, nem objeto de interesse, quanto mais de contemplação. A gente não convive com ele e muito menos compartilha o cocô. É como se a gente não fizesse cocô, que nem a Gisele Bündchen (vai dizer que ela tem cara de quem faz cocô?)
Mas eis que a gente pare, e tudo muda de figura, inclusive nossa relação com o cocô.
Subitamente, a gente percebe a essencialidade do cocô. Não é só aquele papo Forrest Gump de que shit happens. A relação do ser humano com o cocô é bem mais profunda. Shit is part of our lifes. We are the shit.
Um nenê nos ensina coisas sobre o cocô que a civilização tentou fazer com que esquecessemos. A produção regular de cocô é sinal de que o organismo está bacana. Cor, cheiro, textura e tamanho do cocô dizem muito sobre o que se passa pelas entranhas. Cocô suja a bunda e não tem problema, a gente limpa (viva os lencinhos umedecidos - leia o post sobre isso). Dá pra fazer cocô na pracinha, na beira da estrada (minha filha uma vez fez oito cocôs num refúgio para carros na Freeway) e em vááários lugares antes inimagináveis, mesmo sem estar na Índia (onde segundo me contaram o pessoal tem uma relação bastante digamos pública com o cocô. Um dia ainda vou até lá pra ver) . E as coisas que a gente engole saem no cocô: pedrinhas, balões, o sapatinho da Barbie...
E tem também aqueles fatos superinteressantes, dignos dum programa do Discovery Channel. Por exemplo: o cocô de recém-nascido chama mecônio (parece nome de rei persa isso), quase não tem cheiro, é preto ou verde bem escuro, é igual a piche e o mais incrível: é normal. Cocô de criança que mama só no peito fede menos. Depois, no ranking odorífico, vem o cocô de quem só comeu vegetais. O mais letal de todos é o cocô de carne. Beterraba confere uma interessante coloração marrom-avermelhada ao cocô. E por aí vai.
Um filho faz a gente fazer as pazes com o cocô. O problema é que a gente fica tão à vontade com o assunto, que acaba perdendo a noção. E fazendo coisas tipo comentar longamente o cocô da criança num jantarzinho romântico com o marido, ou promovendo comparações envolvendo cocô (dos filhos, mas possivelmente há também quem fale dos próprios) com as amiga. Ou ainda, escrevendo longamente sobre isso num blog.
Que merda!

Eu pego as criancinhas

Chapéuzinho vermelho cresceu e abriu uma fábrica de bonés. Cícero, Prático e Heitor, sempre rosados e rechonchudos, abriram uma distribuidora de carne (bovina, claro). E o Lobo Mau finalmente encontrou sua verdadeira vocação. Se mudou pra Brasília e virou ... lobista.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Mais uma de bolacha

Eu tinha (e tenho até hoje) uma amiga chamada Conny.
Fomos colegas no primeiro e segundo grau (era assim que chamava na época).
A mãe da Conny tinha uma empregada chamada Loiva.
A Loiva pronunciava-se Loiffffa. E era loira. E grande. Uma valquíria que trocou a lança pelo rodo e combatia com vigor germânico tudo que era sujeira doméstica.
A Loiva/Loiffffa sempre preparava pra gente polaxa xunda.
Polaxa xunda era ssim: pega uma polaxa Maria, goloca mantêga, depois goloca ôtra polaxa em cima e pronto: tem polaxa xunda.
Que Rahmschnitzel que nada, e dane-se o Eisbein. O primor da culinária alemã é a polaxa xunda da Loifffa.

Gostos (in)confessáveis

Talvez fosse melhor ninguém saber, mas vou colocar na roda assim mesmo alguns dos meus gostos inconfessáveis. Deve ser alguma tentativa de redenção pela palavra, algo tipo confessar os pecados pra ver se te perdoam.
Aos gostos inconfessáveis, então:
  • Assistir as videocassetadas no Faustão
  • Comer pizza de banana com gemada no rodízio da Tarantella (esse vale por dois: tem a pizza de banana com gemada, e tem o rodízio)
  • Devorar dúzias daquelas balas hediondas de marshmalow que sempre tem em aniversário de criança - e não ficar enjoada
  • Ouvir Pequenina, interpretado pela Perla, bem alto, sem errar a letra
  • Ler (!?) a Caras sempre que uma fica ao alcance da minha mão
  • Comer McLanche Feliz só pra dar o brinquedinho pra minha filha (mas nunca conto pra ela de onde veio, pra ela não ficar com fissura pelo McDonalds. De doente na família basto eu)
  • Ler a crônica policial da imprensa marrom (as notícias do Popular, do Terra, por exemplo), com aquelas descrições de crimes pavorosos envolvendo bebês, microondas, motoserras, sádicos maníacos e etc.

Faixa preta

Não lembro bem quanto tempo faz que o atual prefeito assumiu a cidade. E talvez assumiu fosse uma palavra bondosa demais pra usar em relação à administração municipal. Tá mais pra sumiu mesmo.
Sumiu, por exemplo, a repintura das faixas de trânsito nas ruas e avenidas. Na atual administração, a repintura desses elementos de sinalização tem sido quase inexistente. Digo quase, porque sou otimista e vai que algo tenha sido feito e eu não tenha visto, né? De repente pintaram lá o asfalto de 100 metrinhos duma avenida qualquer um dia desses.
Mas ainda assim: a maior parte das avenidas está sem a pintura das faixas e outras sinalizações. Repare na Mauá, no túnel da Conceição, na Padre Cacique, na Coronel Marcos, repare em qualquer lugar. A cidade está cheia de avenidas onde a gente fica totalmente sem noção de faixa de trânsito. E se isso já é complicado pra quem dirige razoavelmente bem, imagine nesse mundo povoado de barbeiros. Um perigo, uma barbaridade.
Deviam incluir nas estatísticas de acidentes um item específico referente à falta de pintura das faixas de tráfego e afins. Os índices de acidentes devido a isso certamente seria bem grandinha.
E o que me deixa mais enfurecida não é só essa abstenção do poder público municipal em relação a uma série de obrigações das mais básicas.
O que me tira do sério mesmo é que quando um pessoal legal e criativo fez uma intervenção urbana e pintou um código de barras no lugar de uma faixa de pedestres, lá no centro, perto do Instituto de Artes da Ufrgs, aí sim as "otoridades" tomaram conhecimento rapidinho, e arrumaram tinta e pintor pra tapar o troço.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ponto V

Fato: uma amiga minha tinha um ginecologista chamado dr. Ivo.
Conclusão: Ivo viu a vulva, portanto.
Comentário: isso tudo só seria melhor se minha amiga se chamasse Vavá. Ivo viu a vulva da Vavá.

Tudo & sempre

Definitivamente e sem qualquer sombra de dúvida, absolutamente toda generalização é de uma incomparável burrice.

Memórias publicitárias 1: Quais sejam

Comentário de um cliente, diretor de uma empresa anunciante, ouvido por um diretor de criação de uma agência de propaganda, naquele momento das preliminares duma reunião, quando os assuntos não têm absolutamente nada a ver com o que efetivamente se foi fazer ali:
- Três os grandes males da humanidade são, quais sejam: a mentira, a inveja e o terrrrrrívelll vício da maconha.

Os homens e o futebol - PARTE 1



A dobradinha de meio de campo homens e futebol sempre rende assunto. Embora esta imagem tenha me deixado sem palavras.

É pra ser da última Copa.

Lencinhos umedecidos

Tem muitas coisas que eu gostaria de ter conhecido antes de ser mãe. Uma delas são os lencinhos umedecidos. Lencinhos umedecidos são absolutamente estupendos. São ítens de sobrevivência básicos, coisas pra levar pruma ilha deserta, não sei como consegui sobreviver sem eles antes da minha filha nascer. É fundamental que lencinhos umedecidos estejam sempre perto de você. No carro, no banheiro, na bolsa, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Porque mesmo quem não tem filho pequeno volta e meia tem que enfrentar algum respingo chato, mancha comprometedora, secreção esquisita ou meleca nojenta. E aí - tchantchantchantchannnnn - uma criatura que sabe das coisas só precisa sacar seus lencinhos umedecidos e pronto. Se não resolver, ao menos remedia, e ainda deixa cheirosinho. Não perca tempo, na próxima ida ao super, traga potes e mais potes de lencinhos umedecidos.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

As verdades sagradas de 'Mothern'

Mothern é tudo que um blog quer ser. Nasceu como um bloguitinho na internet, virou livro, seriado no GNT e até uma tese de doutorado já rendeu. Pois bem, acho que o seriado deveria ser editado e fazer parte do currículo escolar do ensino médio. A cena - que não por acaso virou uma das chamadas do programa - em que a Raquel leva a filha vestida de princesa pra escola, pra fazer a apresentação que elas ensaiaram a semana toda é emblemática (procurei no youtube, mas não achei).
Qdo a professora avisa pras duas que não vai ter mais apresentação porque o príncipe faltou, a mãe ajoelha e olha bem nos olhos tristes da menina de 7 anos:
- Filha, às vezes o príncipe não vem, vai se acostumando. Você é linda.

Todas as meninas entre 7 e 80 anos deveriam ter direito a esta informação.

Ser bolacha é mole

Todo pacote de biscoitos, bolachas, cookies & assemelhados deveria ser passível de fechamento -inclusive com um grampo de roupa dos mais bagaceiros e mesmo que só duas ou três unidades tivessem sido comidas (de bolachas, não de grampos) -, de forma a evitar com eficiência o amolecimento do conteúdo ainda que um vidro ou pote de fechamento hermético não tenha sido posto em operação.

Coisa bem boa 1 - continuação


Descobri que a Eva gosta de Seinfeld via Calçolas.

Assistir à série (Sony, segunda à sexta, 19h30 e 23h) é o meu ritual masculino diário: ligo o botão do foda-se e fico meia hora rindo daqueles 4 malucos. Podem falar comigo, tocar o telefone, buzinar, soar alarme de incêndio, destruir o apartamento que eu nem percebo. Pareço homem lendo jornal, assistindo ao futebol ou vendo filme do Chuck Norris: não desvio os olhos e o máximo de reação que consigo é um 'ahm?' perdido no tempo.
The Bubble boy passou esses dias, e eu cheguei a cogitar se esta não seria a solução pras minhas 'sensibilidades', viver dentro de uma bolha... Já me peguei falando "these pretzels are making me thirsty" daquele episódio que o Kramer faria uma ponta num filme do Woody Allen. E a noiva do George que morre lambendo os envelopes do convite de casamento?

(...)

Escrevi uns dois parágrafos falando de cada personagem, mas, quer saber? Apaguei tudo. Seinfeld é aquele tipo de programa que só faz sentido assistindo.

E eu recomendo.

Coisa bem boa 1

O melhor seriado da TV de todos os tempos (até a hora em que eu mudar de idéia) é Seinfeld. Se você não viu, assista imediatamente. Interessante, despretensioso, inteligente e engraçado, que nem o marido ideal que habita o imaginário feminino. O seriado deve estar reprisando mais ou menos pela quadragésima vez no Sony, e a gente não cansa de rever, ao contrário, por exemplo, do Sex and the City, que é bem bom e tal, mas não segura uma reprise. Mas voltando ao Seinfeld, Jerry, George, Kramer e aquela mocinha de cabelo ruim cujo nome e nome do personagem obviamente me fogem da memória justo quando preciso escrever sobre eles (é um dos corolários da Lei de Murphy - a gente nunca lembra do que precisa lembrar na hora em que precisa lembrar) são fantásticos. Os episódios do carro perdido no estacionamento e o do bebê feio são hors concours. E ao assistir qualquer episódio, você ainda leva grátis momentos de humor involuntário protagonizados pelo figurino dos atores, tipo ombreiras impressionantes, moletom usado pra dentro das calças (e com cinto!), e calças santropeito. Vá, veja e reveja sempre que puder.

domingo, 22 de julho de 2007

Coisas imperdíveis quando se tem filho 1

Das inúmeras, infinitas coisas maravilhosas que não dá pra deixar de fazer quando se tem um filho, aqui vão algumas:
  • assar salsichas num espeto na lareira de casa
  • deixar o filhote fazer sua própria batida de banana ou de morango (azar que dê a maior lambança)
  • assistir um show do Cuidado que Mancha
  • ouvir um CD do Palavra Cantada

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Amélia existiu?

Hoje tirei o dia pra brincar de Amélia. Brincar, não, ralar. E muito. Das 9h às 16h fiquei faxinando a casa. Isso porque estou temporariamente sem faxineira. Um temporariamente que já se estende mais do que deveria. No início (há uns 45 dias) pensei que seria fácil dar conta da casa sozinha. Fácil é, mas é chato pra caramba. Tu acabou de limpar e já tem alguma coisa sujando de novo. É mais ou menos como nascer, cada dia que passa a gente fica mais velha e não tem jeito. Daí que, valendo-se da lógica ao extremo, se a gente não nascesse, não ficaria velha; se a gente não limpasse, ninguém saberia como é viver sem sujeira.
(Acho que cheirei Veja demais. E vcs concordam que vidrex tem um cheiro horrível, não tem?)
Essa história de cheiros me lembra da minha última consulta na dermatologista, há uns 10 dias. Fui pq tava com uma pequena alergia, umas pipoquinhas minúsculas perto dos olhos. A médica elencou uma série de possíveis causas, dentre elas: alergia a produtos de limpeza. Me senti chique demais, daquelas damas-dondocas-peruas que fecham o nariz com a pontinha dos dedos qdo a empregada passa o pano na casa. Mas o meu mundo de sonho, magia e peruísse acabou no balcão da primeira farmácia que eu entrei. A pomada que a dermato me pediu pra passar por 4 míseros dias na minúscula região afetada custava R$ 126,00!!! Por que o meu bolso não acompanha a mania de grandeza das minhas alergias, hein?! Um dia eu ainda vou escrever sobre as minhas 'sensibilidades', porque todo médico que diagnostica alguma coisa relativa a alguma alergia que eu tenha desenvolvido me diz: 'tu és muito sensível, também, branquinha deste jeito'. A ginecologista me receitou calcinhas de algodão pro resto dos meus dias, as mesmas calçolas que devem ser lavadas a mão, com sabão de glicerina (sabão, não vale sabonete de glicerina com cheirinho). O oftalmo disse que tenho olhos sensíveis à luz e que devo pingar colírio umas 3 vezes por dia no mínimo. Se eu tivesse olhos azuis, acho que eu só sairia de casa de olho fechado. O otorrino me manda ficar longe de cheiros, poeiras, ácaros, pêlos de bicho e ar-condicionado, tudo pra controlar a minha rinite.
E com tudo isso eu ainda me meto a faxinar a casa, buscando poeira nos mais recônditos cantinhos. Juntei mais de meio gato pelos tapetes da casa. E cheirei muito Veja, Pinho Sol, Vidrex, Sapólio... Agora tô aqui, fungando e contando meu dia de Amélia pra vcs.
Se Amélia não tinha a menor vaidade, eu não sei, agora que ela não tinha nenhuma alergia, isso eu garanto.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Sem noção sem fim

Venuss e eu estamos numa cruzada contra a falta de noção. Mas é tanta que às vezes dá a sensação de que não tem chance da gente ganhar a guerra. São as pessoas que transformam os guarda-chuvas e sombrinhas em armas letais nos aguados dias do inverno porto-alegrense. São os guardas de rua que transformam os apitos em instrumentos de tortura para os pacatos habitantes das zonas residenciais. São tantas coisinhas miúdas (e nem tão miúdas assim), roendo, comendo, arrasando aos poucos com o nosso (o meu e o da Maria Bethania) ideal...
Pessoas que estacionam onde não devem, por exemplo. Estou cansada de ver por aí esse tipo de gente mal-educada que quase me faz perder a fé na noção de que o homo é sapiens mesmo.
Pense no caso do supermercado ou do shopping. Quantos carros estacionados nas vagas de deficiente são realmente carros que têm o direito de usar aquele espaço?
Aquelas vagas são pra deficientes FÍSICOS, gente!
E tá assim de motorista fingindo que não viu, ou com preguiça da caminhar 10 metros a mais, ou se achando o rei da cocada preta (com isso acabei de denunciar a minha idade, né?), ou achando que "vou ali rapidinho e já tiro o carro" é desculpa aceitável, ou sei lá o quê, usando as vagas na maior cara de pau.
Estacionar em vaga de deficiente ou gestante sem ter direito é tão feio quanto a vigilância e a gerência do estabelecimento se omitirem em relação ao fato. E os guardas dos estacionamentos vivem fazendo isso, eles se omitem. E quem instrui e supervisiona os vigias faz igual. Quer dizer, é uma corrente de sem-noçãozice que se estabelece.
As proximidades de escolas são outro lugar em que o fenômeno do estacionar onde não deve se manifesta o tempo todo. O território próximo de instituições de ensino privadas virou terra de ninguém, gente. Os motoristas estacionam nas entradas de garagem e não querem nem saber. Falo estacionar, não parar, ou seja, deixar o carro ali e sair dele. Pra longe. Por um tempão. Eles abandonam os carros e azar dos outros, principalmente de quem mora na casa ou prédio que teve a entrada obstruída. O fenômeno é especialmente freqüente perto de escolas privadas de ensino fundamental. Porque aí os pais (e principalmente as mães - concluí isso depois de meses e meses de observação do fenômeno) precisam sair do carro pra levar o pimpolho até a porta. E aí eu pergunto: de que adianta colocar a cria num bom colégio, gastar dinheiro em educação, se é pra dar um exemplo desses na família?
Tô propondo, portanto, uma cruzada contra essa gente que não sabe estacionar. Tem várias coisas que dá pra fazer, e aqui vão algumas idéias.

Dá pra olhar longa e ostensivamente e muito, muito feio quando a gente vê alguém fazendo isso.

Dá pra interpelar o sujeito - correndo o risco, claro, de ouvir barbaridades em resposta, até porque quem não sabe estacionar em geral não tem noção de civilidade, mas a razão e a lei estão do nosso lado. Nessa categoria de ação, eu distingo 3 modalidades: a) abordagem contida-séria-racional (tipo: por favor, não estacione aqui, blablabla, porque isso isso e aquilo); b) abordagem simpatiquinha-espirituosa-amiga (tipo: oi, não me leva a mal mas eu vou sair daqui a pouco então por ravor não estacione aqui porque não consigo tirar o carro e tudo mais. Minha experiência mostra que só funciona bem se o energúmeno estaciona na sua entrada de garagem. Se for num shopping opu super ou loja, não dá resultado, ao menos comigo nunca deu); e c) abordagem histérica-ensandecida-tazo (em voz bem alta, de preferência estridente, você já sai xingando e dizendo barbaridades. Não é nem um pouco bonito, e tenho a maior vergonha das vezes em que fiz isso, mas que funcionou, funcionou. Só preste muita atenção antes de implementar a tática, porque se você sair rodando a baiana e não tiver razão, pega muito, muito mal. De repente, por exemplo, a pessoa que colocou o carro na vaga tem dificuldade de caminhar e você não percebeu, sei lá).

Também dá pra grudar cartazetes feitos em casa nos carros mal-estacionados, com frases chamando atenção, em letra bem grande (recomendo a arial black corpo 45). Nesse caso, você pode fazer frases de vários tipos: a) fazendo o motorista pagar mico, com dizeres tipo "O motorista deste carro não sabe estacionar", ou "o motorista deste carro estaciona onde não deve - que feio!"; b) dando uma de criativo, com frases como "De mau-exemplo este país já está cheio. Não estacione onde não deve." ou, na entrada duma escola: "Nossas crianças não merecem mais um mau exemplo. Nâo estacione mais onde não deve." c) apelando, com dizeres tipo "Você estacionou onde não devia. Na próxima, vai ter coisa bem pior que um cartazinho grudado no seu carro."

Também dá pra chamar o guardinha e pedir que ele faça alguma coisa (em geral eles não fazem, mas vai que funcione, e pelo menos você não fica com a sensação de omissão).

Dá pra conversar com a gerência ou direção e pedir que cuidem melhor do estacionamento (no caso do Zaffari da Otto não funcionou, mas se muita gente for lá encher o saco, quem sabe os caras fazem o que devem fazer).

Aceito outras idéias. A única coisa que não vale é dizer pra deixar assim porque as coisas não vão mudar mesmo e biriri, bororó. As coisas podem mudar, sim, e isso começa com as pequenas coisas. Mesmo tendo momentos de profunda dúvida, eu no fundo acredito na evolução da espécie humana. Tô sendo Poliana demais, será?

Lágrimas que aterrisam

Abro a Zero Hora de hoje, 19 de julho de 2007, dois dias depois do desastre com o vôo da TAM. Impossível não chorar ao ler os pequenos relatos da vida das pessoas que estavam naquele avião.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Intuição tem conserto?




Acho que preciso mandar a minha pra calibragem. Esvaziei a bolsa antes de sair de casa: 20 reais e a carteira de motorista eram suficientes. Tá, um batonzinho não faz mal pra ninguém. Sei lá, hoje fiquei com um pressentimento de que alguém pudesse querer afanar a minha bolsa. Mas voltei pra casa com o batonzinho intacto, graças. Passei na frente de uma lotérica e pensei ‘acho que é hoje’. E isso que eu não sou de jogar. Acabo de conferir os números e acertei um. Será que vale uma bala ou um adesivo?
Acho que ainda estou impressionada com a tragédia do vôo da TAM. Fiquei pensando se nenhum dos passageiros teve alguma espécie de intuição pré-embarque. E então comecei meu treinamento de previsão do futuro. Acho que a minha carreira como vidente-médium-sensitiva durou menos de 24 horas. Vou enfiar todas as tralhas na bolsa again.

Apitite

O ser humano é fascinante, é preciso admitir. Observando o comportamento da espécie, a gente se depara com coisas incríveis, dignas de um documentário dos mais impressionantes sobre a vida selvagem. E eu insisto em não me acostumar com isso: tô sempre de novo me me revoltando com o lado ruim da coisa.
O lado ruim da coisa tem n faces, sendo n uma variável que tende ao infinito. Para não matar de tédio um possível leitor, melhor pegar leve, dosar homeopaticamente o meu veneno, e falar de uma coisa só.

Minha rua tem guardinhas
Que apitam sem parar
Os chatos que aqui apitam
Não me deixam descansar

Explicando: mina rua, como tantas outras de Porto Alegre, é assolada pelo fenômeno dos guardadores de casas. Guardador de carro todo mundo conhece. Acontece que existe uma outra versão dessa praga, uma mutação, tipo vírus que sempre dá um jeito de te deixar doente de novo. São os tais guardinhas de rua.
Possivelmente você já viu esses caras, e talvez seja até obrigado a conviver com a espécie. Pra quem tem a sorte de não ter tido contato com a coisa, explico: em muitos bairros da cidade, pessoas geralmente sem qualquer qualificação nem noção se instalam solenemente em esquinas, e fingem que cuidam das casas, enquanto as pessoas que moram ali fingem que acreditam que isso adianta alguma coisa. A única coisa que não é fingimento é o dinheiro que o habitante paga todo mês (muitas vezes até com direito a recibo!) pelo tal serviço de "segurança".
Só isso já seria uma barbaridade. Mas como tudo que é ruim sempre pode ficar pior, além do oportunismo, da normalmente total falta de competência dessa gente para trabalhar com vigilância, e das suas antiestéticas casinhas de fibra e cadeirinhas de piscina encardidas e semi-desmanteladas que enfeiam as ruas, ainda tem os apitos.
Ah, os apitos....
Sim, porque não satisfeitos em extorquir dinheiro dos moradores do mesmo jeito que fazem os guardadores de carro com os motoristas, os guardinhas de rua desqualificados de Porto Alegre estão acometidos de apitite.
Ficam andando pela rua, apitando, apitando, apitando sem parar. Dia ou noite, não interessa. Os caras estão aprados na esquina, ou caminhando e respirando. Inspiram e - fiiiiii - quando expiram, apitam. O tempo todo. Possivelmente porque, ocupados com o apitar, os neurônios não dêem conta de tirar o apito da boca de vez em quando. Eles ficam ali, repirando e fiiiii....fiiiii....fiiiii.... ad aeternum e ad nauseum.
O mais legal é de madrugada. Porque é claro que a gente acorda com os fiiiiis. E obviamente nunca mais consegue dormir, porque os fiiiiis não páram. Além da questão neuronal que já comentei, provavelmente o apitar ininterrupto é potencializado pelo fato dos apitantes terem que estar ali, trabalhando, enquanto a gente dorme. Eles devem ficar tão putos de ter que trabalhar de noite que resolveram fazer justiça com o próprio apito: como não podem descansar, também não deixam as outras pessoas dormir.
Eu sou uma vítima desses apitadores pentelhos. Já falei, já reclamei, já falei, já pedi, já implorei, já xinguei, já dei piti, já ameacei, já negociei. Como não consegui acabar com a palhaçada, até admiti conviver com os apitos, tentando fazer com que não fossem abusados, e até aulinha de apito eu dei. Conversei longamente com o sujeito que se diz "gerente" da "equipe". Expliquei, dei exemplos, usei até Piaget pra ver se o sujeito entendia. Uma vez, duas vezes, muuuuitas vezes. E o moço só concordando e fazendo de conta que entendia. Até repetia parte do que eu dizia.
E eles seguem apitando.
E eu que vim morar longe do centro, numa casinha simpática, num bairro residencial, vejo meu sonho de sossego desmanchado pelos trinados agudos ininterruptos de um bando de gente sem noção, quando o que eu queria era ouvir o trinado dos passarinhos e nada mais.
E eu pergunto: por que esses caras apitam tanto, meu Deus? Quem deu a eles o direito de ficar fazendo barulho em área pública, como se a rua deles fosse? Será que o que eles querem é avisar o ladrão que estão chegando, para que o cara possa escapar?
Se apito fosse bom pra espantar ladrão, eu contratava uma escola de samba e aquela orquestra de pífaros de Pernambuco pra tomar conta da minha rua.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Chove chuva

Ontem eu fui pro centro. Tinha médico. Acho que eu não preciso explicar pra ninguém o que é o centro. Feche os olhos e imagine uma incrível concentração de estabelecimentos comerciais de uma grande cidade. Pessoas, muitas pessoas circulando. Carros, ônibus, ambulantes, panfleteiros e pedintes. Pronto, isto é o centro. Agora acrescente chuva. Muita chuva. Não garoa. Água caindo de balde. Este é o centro de Porto Alegre com chuva. Um cenário assustador habitado por personagens armados de guarda-chuvas e sombrinhas. Perigosíssimo ir ao centro nestes dias. As tias com suas trinta sacolas vêm de todos os lados. Na contramão e com o guarda-chuva baixo mirando bem o teu nariz. Desculpas é artigo em extinção. Também tem as vozinhas lentas e baixinhas que, invariavelmente, encostam a sombrinha no teu casaco que já tá molhado porque a chuva é tão indisciplinada quanto os caminhantes: provém de todos os cantos. As duplas de mães e filhos se vêem donas da calçada, tipo assim: não tá vendo que eu tenho uma criança aqui? Sim, eu vejo uma criança. Também vejo o guarda-chuva do Batman com suas asas que só servem pra abanar ainda mais a chuva nas tuas calças. Ontem vi uma mãe segurando uma sombrinha da Hello Kitty. Na cabeça dela, não da filha. A guriazinha tava mais preocupada em sapatear nas poças com suas botas da Barbie. (Eu tinha uma bota vermelha da Turma da Mônica. Era linda ela. Lembro que não quis tirá-la do pé no dia em que ganhei. Minha mãe não me deixou dormir calçando a tal bota da Turma da Mônica. Mas nunca se opôs a que eu imitasse as Paquitas com elas). No cenário “Chuva no centro” também habitam adolescentes. Sem guarda-chuva, óbvio, porque proteção é coisa de gente velha. Meninas com suas barrigas de fora no frio ficam te olhando com cara de pena porque tu dependes de um guarda-chuva, elas não. Com exceção das praticantes da chapinha, essas precisam proteger o cabelo do frizz. Tem também os guris, que ainda conseguem ser mais mal educados num dia chuvoso. E isso sem porte de guarda-chuva. Boné ou capuz são suas únicas armas. Acompanhados da falta de respeito, porque se julgam no supremo direito de andar sozinhos por debaixo das marquises. Esteja quem estiver em seu caminho. Tem também o cara que corre no meio de todo mundo, querendo chegar no banco antes das quatro. O camelô que fica levantando o plástico molhado que cobre a banca pro cliente visualizar a mercadoria. E o vendedor de guarda-chuva? Ocupa bastante espaço na calçada pra vender melhor o produto. Boa tática essa: te empurro pra chuva e tu te aproxima com 5 pilas na mão (acho que é isso que eles gritam: óólha a sombrinhaaa, sóóó 5 pilasss). E sem contar o espetáculo que é o malabarismo dos guarda-chuvas. Levanta, afasta, deixa de um lado, inclina pro outro. Ui, engatou. Pára e desengata logo, se não alguém sai arrastando o teu. Queria estar no alto de um prédio e ver a dança das sombrinhas coloridas. Deve ser divertido. Festival de frevo em pleno Rio Grande do Sul. No inverno.
Eu odeio chuva. E falta de educação, nem se fala.

Cinco perguntas acionadas pela chuva:
1) O que fazem da vida os vendedores de sombrinha quando o sol está no céu?
2) Por que todo motorista facão (lembram dessa expressão?) resolve sair de casa justamente em dia de chuva?
3) Por que tem tanto médico trabalhando no centro?
4) Por que achar vaga pra estacionar no centro parece penitência e pagar pra deixar o carro mais parece castigo?
5) Quando é que essa chuva vai parar, hein?

sábado, 7 de julho de 2007

Maternidade

Só tem uma coisa mais frágil e indefesa que um recém-nascido. É a mãe do recém-nascido.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A primeira vez

Aiaiai, quanta responsabilidade. O primeiro post da minha primeira incursão num blog. A primeira vez é sempre tão importante. E é sempre ruinzinha, vai dizer que não?

Um lixo


Esses dias eu tava me sentindo imprestável e disse pro marido: tô um lixo! Daí fiquei meia hora pensando se ele deveria me colocar na lata de lixo seco ou orgânico. Será que eu sirvo pra reciclar ou pra adubar?

tsc-tsc-tsc


Achei no blog do Wella (vela.blogspot.com).

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Promoção de abertura

A gente também resolveu aparecer sem calcinha. Se a fulana pode, se a Playboy remunera e se pagar calcinha dá ibope, por que não mostrar as calçolas? Ou o Calçolas. Mais um espaço de papo mulherzinha na internet.